CÂMARA FEDERAL
Arthur Lira vai colocar em pauta projeto que criminaliza MST
PL determina que “invasores de propriedades” sejam impedidos de receber auxíliosO presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou que colocará em votação um projeto de lei que visa a impedir que "invasores de propriedades" recebam benefícios governamentais e ocupem cargos públicos. A medida, articulada pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), surge em resposta às recentes ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) durante o Abril Vermelho.
Lira enfatizou durante uma reunião na última terça-feira, 14, que o projeto não será retirado da pauta, apesar das objeções de líderes governistas. O projeto, relatado pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no final de abril. De acordo com a proposta, os invasores serão impedidos de firmar contratos com o poder público, participar de concursos ou serem nomeados para cargos comissionados por oito anos após a condenação.
Além disso, ficam vetados de receber auxílios e benefícios federais pelo mesmo período. O MST e outros movimentos sociais ocuparam no final de abril a sede do Incra em Alagoas em protesto contra a nomeação do indicado por Lira para a superintendência do órgão no estado. O movimento criticou a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento, substituto de Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, exonerado em 16 de abril.
Arthur Lira, investigado por suas conexões agrárias e políticas, é filho de Benedito de Lira, um político ruralista influente. A família Lira possui 17.037,10 hectares em Alagoas e 2.718,31 hectares no Agreste pernambucano, segundo levantamento do observatório De Olho nos Ruralistas.