BRASÍLIA
Gleisi Hoffmann é escolhida para a SRI; Isnaldo Bulhões fica de fora
Alagoano contava com o apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta e do ex-presidente, Arthur Lira
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, foi escolhida para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo federal. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira, 28, pelo Palácio do Planalto.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta sexta-feira, 28 de fevereiro, com a deputada federal e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e a convidou para assumir a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República", informou.
A deputada, que teve O papel de fazer a sigla apoiar a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara, substituirá Alexandre Padilha, realocado para o Ministério da Saúde.
Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do partido na Câmara, era cotado para assumir a SRI, mas acabou ficando de fora. O deputado alagoano contava com o apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta e do ex-presidente, Arthur Lira (PP-AL). Essa é a segunda vez que Bulhões fica de fora de planos maiores. Anteriormente, ele já havia sido cogitado para comandar a Casa, mas perdeu força após Lira optar por Motta.
Hugo Motta, no entanto, vinha articulando nos bastidores para garantir a nomeação de Bulhões à SRI. O esforço buscava fortalecer a base de apoio ao governo no Congresso, mas a indicação de Gleisi dificultou os planos. A deputada é vista como uma figura com ampla capacidade de diálogo, inclusive com o Centrão, embora seja considerada radical por uma ala da do Congresso.
A escolha de Gleisi reflete a estratégia do presidente Lula de fortalecer a articulação política com o Congresso. A deputada tem relações próximas com líderes do Centrão, incluindo Bulhões. Em conversas com aliados, Motta pediu que não houvesse críticas à nomeação de Gleisi, reconhecendo sua influência na eleição para a presidência da Câmara.
Padilha, que deixará a SRI, assumirá o Ministério da Saúde em 10 de março, mesma data em que Gleisi tomará posse na nova função. A mudança ocorre após a demissão de Nísia Trindade, que comandava a pasta da Saúde.