O deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, não deve assumir um ministério no governo Lula (PT) se a decisão depender do PP. A afirmação foi feita pelo presidente do partido, o senador Ciro Nogueira, em entrevista à Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, 27. Ele descartou a possibilidade de Lira integrar a Esplanada, reforçando que o partido pode até deixar o governo.

Apesar de ser visto como peça importante para a governabilidade de Lula, que enfrenta queda de popularidade, Lira não tem o aval do PP para assumir um cargo. O partido, que integra o Centrão, já sinaliza descontentamento com o governo e avalia retirar seus membros, incluindo o ministro do Esporte, André Fufuca. Nogueira afirmou que uma decisão definitiva pode ser tomada em breve.

O senador também destacou que a saída do PP pode influenciar outros partidos do Centrão, como União Brasil e Republicanos, a abandonarem o governo. Segundo ele, a falta de mudanças radicais no rumo do país torna insustentável a permanência de aliados na base governista. Nogueira sugeriu que Lula renuncie à disputa de 2026 para acalmar os ânimos e garantir governabilidade.

“Não queria, mas está muito próximo de termos de reunir o partido e tomar uma decisão definitiva de desembarcar [do governo]”, afirmou o presidente do PP. “Gosto muito do ministro Fufuca, mas, se o governo não tiver uma mudança radical de rumos para o país, não tem nem como a gente, daqui a pouco, permitir que os membros do partido participem”, completou.

A reforma ministerial, que já começou com a saída de Nísia Trindade da Saúde, deve ganhar força após o Carnaval. Nesta sexta-feira, 28, Lula também escolheu Gleisi Hoffmann para o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI).