O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) utilizou sua agenda em Maceió, nesta segunda-feira, 9, para reiterar suas críticas ao deputado federal e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL). Braga afirmou ser alvo de Lira e vinculou o processo de cassação que enfrenta no Conselho de Ética da Câmara à sua atuação na denúncia do "Orçamento Secreto" e da gestão anterior da Casa Legislativa.

Braga está sob escrutínio do Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar, decorrente de um incidente em abril de 2024 com um militante do Movimento Brasil Livre (MBL). O deputado sustenta que sua reação foi motivada por provocações e ofensas direcionadas a sua mãe, que estava hospitalizada. O pedido de cassação de seu mandato foi aprovado pelo Conselho de Ética em 8 de abril.

Em suas declarações na capital alagoana, Braga expressou otimismo quanto ao desfecho do processo, antecipando o que considera uma "derrota" para Arthur Lira. Ele relatou que deputados de diferentes espectros políticos têm se aproximado para manifestar apoio, afirmando que não votarão a favor da cassação, classificando-a como uma "injustiça". Essa percepção, segundo Braga, é corroborada pela mobilização de militantes que têm visitado gabinetes em Brasília, obtendo um retorno semelhante dos parlamentares.

O deputado do PSOL destacou que, nessas interações com os colegas, o nome de Arthur Lira é frequentemente mencionado. Ele informou que os parlamentares, em suas conclusões, indicam que "até então Arthur Lira estava irredutível", mas que a situação atual é percebida como uma "injustiça" que transcende a avaliação social, alcançando também o âmbito parlamentar e institucional.

Braga ressaltou que sua presença em Alagoas não alterou sua estratégia de defesa. Ele descreveu o acolhimento recebido pela população e movimentos sociais desde sua chegada ao aeroporto e em todas as localidades visitadas. O parlamentar reiterou que não se sente intimidado e que sua agenda no estado segue o padrão dos demais: apresentar sua defesa, expor suas razões, detalhar os acontecimentos, receber solidariedade e dialogar abertamente sobre o processo.

Mesmo diante da possibilidade de um resultado desfavorável, Braga reafirmou sua expectativa de que a cassação não será aprovada. Ele enfatizou sua identidade como militante e sua determinação em empregar todos os instrumentos disponíveis para a defesa de seu mandato. Questionado sobre a eventualidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado afirmou que o fará se necessário, mas expressou convicção de que não será preciso chegar a tal instância para que a "justiça" seja restabelecida em seu caso.