POLÍTICA
Bolsonaro apresenta 3 versões sobre tornozeleira e pode dificultar defesa
Mudança de relatos sobre violação do equipamento preocupa investigadores
As diferentes versões apresentadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a violação da tornozeleira eletrônica têm dificultado sua defesa, segundo investigadores ouvidos pelo blog. O caso ganhou novos desdobramentos desde o alerta de violação recebido pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME) à 0h07 de sábado, 22.
Até agora, três explicações distintas foram registradas oficialmente.
Primeira versão: “bateu na escada”
Logo após o alerta, a equipe de escolta e a diretora do CIME, Rita Gaio, foram até a residência de Bolsonaro. Em menos de dez minutos, os policiais penais já estavam no local. De acordo com o relatório do centro de monitoramento, o ex-presidente afirmou inicialmente que havia batido a tornozeleira na escada.
Segunda versão: tentativa de abrir por “curiosidade”
Pouco tempo depois — entre 0h40 e 0h50 do sábado, 22 — Bolsonaro admitiu ter usado um ferro de solda para tentar violar o equipamento. Em vídeo gravado por Rita Gaio, ele afirma que agiu por “curiosidade”. O diálogo mostra o ex-presidente confirmando que aplicou o ferro quente no dispositivo, embora dissesse que não rompeu a pulseira.
Terceira versão: “surto” por paranoia e alucinação
Na audiência de custódia do domingo, 23, já acompanhado por advogado, Bolsonaro apresentou uma terceira versão. Ele disse que estava em estado de paranoia provocado por medicamentos que utiliza, citando pregabalina e sertralina. Alegou ainda ter sono “picado” e que, devido às alucinações, decidiu mexer na tornozeleira com um ferro de soldar.
Investigadores apontam que as inconsistências nas declarações podem dificultar a estratégia de defesa do ex-presidente. O caso segue em análise pelas autoridades.



