China rejeita acusação de Trump de ter violado acordo comercial de Genebra

A China declarou nesta segunda-feira (2) que as acusações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que Pequim teria violado o consenso alcançado nas negociações comerciais de Genebra são "infundadas" e que adotará medidas enérgicas para proteger seus interesses.

As declarações foram feitas pelo Ministério do Comércio em resposta às alegações de Trump na última sexta-feira (29), de que a China havia descumprido um acordo bilateral para reduzir tarifas.

O ministério afirmou que a China implementou e defendeu ativamente o acordo alcançado no mês passado em Genebra, enquanto os EUA introduziram várias medidas "discriminatórias e restritivas" contra a China.

O ministério acrescentou que essas medidas incluíram a emissão de diretrizes sobre o controle de exportação de chips de inteligência artificial, a suspensão da venda de softwares de design de chips para a China e o cancelamento de vistos para estudantes chineses.

"O governo dos EUA provocou, de forma unilateral e repetida, novas fricções econômicas e comerciais, agravando a incerteza e a instabilidade nas relações econômicas e comerciais bilaterais", afirmou o ministério em um comunicado.

Em meados de maio representantes de ambos os países chegaram a um acordo em Genebra de pausar por 90 dias as tarifas. A China também se comprometeu a suspender contramedidas comerciais que restringiam suas exportações de metais críticos para a produção norte-americana de semicondutores, eletrônicos e equipamentos de defesa.

Trump x Tribunais dos EUA

Neste domingo (1º), Trump disse em suas redes sociais que, se os tribunais norte-americanos derrubarem sua política de tarifas recíprocas para dezenas de países ao redor do mundo, a decisão será fatal para a nação americana.

Recentemente, um tribunal federal em Nova York bloqueou as tarifas impostas pelo presidente a quase todos os países do mundo, alegando que ele "abusou de sua autoridade" e "excedeu seus poderes legais".No entanto, em 29 de maio, outro tribunal federal concedeu à administração Trump uma suspensão da ordem que havia bloqueado as tarifas.

Na véspera, o Tribunal de Comércio Internacional determinou que o presidente Trump excedeu os poderes previstos na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, por meio da qual impôs tarifas recíprocas em escala global.

Essa medida abrange as tarifas impostas à China, que atualmente são de 30%, assim como aquelas aplicadas a produtos provenientes do México e do Canadá que não estão incluídos no T-MEC (Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá).

No começo de abril, Trump anunciou a introdução de tarifas sobre importações de outros países. A taxa básica foi fixada em 10%, com taxas mais altas aplicadas a 57 países com base em seu déficit comercial. Para mercadorias originárias da União Europeia, o percentual foi fixado inicialmente em 20%.

Por Sputinik Brasil