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Ação de quadrilha

Por 25/02/2017 - 08:08

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Foto: Divulgação
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O ex-prefeito Cristiano Matheus, de Marechal Deodoro, foi denunciado em mais um crime de improbidade administrativa. Acusado de desviar recursos do município, Cristiano já acumula mais processos que o ex-prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, também denunciado por improbidade administrativa. 

A nova ação tem origem no desvio de R$ 68 milhões de royalties do petróleo recebidos indevidamente graças à manipulação de uma disputa judicial entre os municípios de Pilar e Marechal Deodoro. A farsa envolveu uma quadrilha a serviço do ex-prefeito Cristiano Matheus.

A disputa por royalties gerados pela exploração de gás e óleo em uma área situada no limite dos dois municípios teve início com uma ação ajuizada há anos pelo então prefeito de Marechal, Danilo Dâmaso, junto à Agência Nacional de Petróelo (ANP).

Desde décadas passadas os royalties eram pagos ao Pilar, mas Marechal entrou na briga e a partir de então a ANP vinha depositando os valores em conta judicial enquanto a ação tramitava na Justiça Federal. Até dois atrás os depósitos judiciais atingiram R$ 68 milhões, o que despertou a cobiça da quadrilha.

Para meter a mão nos milhões, Cristiano Matheus armou uma farsa com a participação ativa de um juiz, um deputado federal, um advogado, um diretor do Iteral e outras “autoridades”. O então governador Téo Vilela também foi usado no esquema pela quadrilha.

Para forçar a ANP a liberar os R$ 68 milhões, o prefeito se valeu de uma sentença judicial de primeira instância baseada em ação fraudulenta movida pela Prefeitura de Marechal contra o Iteral, que sequer contestou a fraude. Afinal o conluio também envolveu o órgão de terras, responsável pela demarcação dos limites entre municípios. Até hoje o prefeito não prestou conta desses recursos.

Na divisão da pilhagem todos ganharam seu quinhão, mas só o causídico teve os valores divulgados na prestação de contas do ex-prefeito Cristiano Matheus: foram perto de R$ 14 milhões. A maior parte, no entanto, deve ter ficado como o chefe da quadrilha. Afinal, quem parte e reparte sempre leva a maior parte, diz a sabedoria popular. 


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