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Terra arrasada

Por 27/10/2017 - 11:45

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Usina Seresta, da família de Téo Vilela - Foto: Divulgação
Usina Seresta, da família de Téo Vilela - Foto: Divulgação

Ao se analisar a situação de falência de mais sete usinas e duas outras empresas ligadas ao setor - Mecânica Pesada S/A e a Copertrading – não se deve jogar a culpa apenas na crise que afeta o País. Má administração das usinas, incompetência de seus diretores e falta de visão empresarial dos usineiros estão presentes em todos os casos.

Ninguém desconhece que boa parte da eterna crise em que vive Alagoas e a maioria de seus habitantes deve-se à política de terra arrasada praticada pela elite predadora do açúcar desde o Brasil Colônia. Após séculos de exploração do homem e da natureza, deixaram como legado só pobreza e miséria.

Das 27 usinas de Alagoas, poucas sobreviverão. A maioria sucumbirá junto com milhares de trabalhadores que são descartados sem ao menos receber a indenização a que têm direito por lei. Hoje já se conta aos milhares os plantadores de cana que estão quebrados e enfrentando dificuldades até mesmo para manter a própria sobrevivência. Sem falar nos fornecedores de produtos e de serviços, também vítimas do calote das usinas.

As usinas estão quebradas, mas os usineiros estão ricos e se mantêm encastelados no poder, dominando todos os setores do estado.  Alguns deles, bilionários, até se mudaram para o exterior e hoje vivem encastelados em mansões e apartamentos de luxo em Londres e Paris, bem distantes da miséria que produziram e nos deixaram como herança maldita.


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