Crimes de pistolagem
Quem conhece o submundo do crime de mando no estado aposta que as últimas execuções praticadas no Sertão de Alagoas terão o mesmo destino de outros homicídios que caíram na impunidade, por ordem de seus mandantes.
Além da falta de estrutura para investigar esse tipo de crime, a Polícia esbarra na questão política, que quase sempre envolve essas execuções. Os intermináveis inquéritos policiais revelam essa evidência.
O assassinato do empresário Rodrigo Alapenha, em Delmiro Gouveia, já teria caído no esquecimento não fosse a disposição dos pais da vítima em cobrar das autoridades o esclarecimento do bárbaro crime.
A recente execução dos vereadores Neguinho Boiadeiro e Tony Pretinho, em Batalha, tirou do noticiário a morte do empresário de Delmiro Gouveia, que tende a entrar no rol dos crimes insolúveis. Logo outras execuções ganharão a primeira página dos jornais e a matança no Sertão será esquecida.
A história de Alagoas está manchada por esses crimes impunes, e a culpa não é apenas do governo, mas também de uma Justiça lenta, às vezes omissa, e até conivente com a pistolagem. Afinal, a impunidade garante a violência, que alimenta a criminalidade.