O dilema de Marx Beltrão
As denúncias de improbidade administrativa contra o ministro Marx Beltrão certamente afetarão uma possível candidatura ao Senado, mas dificilmente influenciarão sua reeleição à Câmara dos Deputados.
A menos que ele seja condenado em segunda instância antes das eleições, o que o tornaria inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Mas quem conhece os descaminhos da Justiça brasileira sabe que isto dificilmente ocorrerá.
Marx Beltrão tem se defendido dessas acusações atribuindo-as a interesses contrariados de seus adversários políticos. O mesmo argumento foi usado por Téo Vilela ao ser apanhado pelo braço alagoano da Lava Jato.
A pré-candidatura de Marx Beltrão ao Senado incomoda não só os senadores Renan Calheiros e Biu de Lira - que disputarão a reeleição - mas também o ex-governador Téo Vilela, que alimenta o sonho de voltar ao Senado.
Nesse cenário, todos são suspeitos de trabalhar para naufragar a candidatura dos adversários. Inclusive o próprio Marx Beltrão, que usa sua condição de ministro para fortalecer-se politicamente.
Acusado por vários processos de improbidade, Marx Beltrão perde força e discurso para disputar o Senado, mas ainda tem capital político para barganhar apoios que garantam sua reeleição de deputado federal.