Coronel do Sertão
A absolvição do desembargador Washington Luiz em mais um dos processos a que responde junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) representa a derrota de seus adversários políticos e de alguns de seus próprios colegas de toga.
Ao assumir a posição de líder político do Sertão, Washington Luiz entrou em rota de colisão com muitos interesses em jogo e colecionou pelo menos 10 denúncias de improbidade, e até de homicídios.
Essas acusações lhe renderam a perda do cargo de presidente do Tribunal de Justiça do Estado, o afastamento das funções de desembargador e pior, a ameaça de uma aposentadoria forçada.
Os maiores inimigos do desembargador, no entanto, habitam o mesmo teto e dividem a mesma toga e o mesmo tribunal. Mais por interesses pessoais não atendidos que a disputa por hegemonia política no Sertão.
Desde que foi afastado, há quase dois anos, o desembargador luta no STJ e no CNJ para escapar da compulsória. Até agora tem tido êxito, mas a principal acusação – a de ter recebido dinheiro de uma empresa ligada à merenda escolar – ainda não foi julgada.
Se convencer os jurados de sua inocência, o desembargador Washington Luiz voltará ao cargo de cabeça erguida e com cacife para retomar seu projeto político de coronel do Sertão.
Como dizia o mestre paraibano José Américo de Almeida, ninguém se perde no caminho da volta. Até porque seu principal adversário na região - o ex-prefeito Celso Luiz - está fora de combate por crime de enriquecimento ilícito.