Farol das Alagoas
No deserto de ideias em que se revela o embate pela Presidência da República, um alagoano ilustre é citado como exemplo de como gestores públicos devem se comportar. Trata-se dos relatórios de gestão que Graciliano Ramos enviou ao governo de Alagoas em 1929 e 1930 quando foi prefeito de Palmeira dos Índios
Em artigo publicado no dia 9, na Folha de S. Paulo, o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues recorre a Graciliano Ramos para enxergar alguma luz “em meio à neblina densa que antecede mais uma eleição”.
Intitulado “O país de Graça”, o artigo lembra que o relatório do prefeito Graciliano Ramos ilumina o que “o Brasil poderia ser”, mas acabou impraticável em meio à corrupção e falta de ética da política brasileira.
“No gesto radical de um homem público inusitado e incorruptível, vislumbra-se um Brasil ideal, impraticável, mas em meio à neblina densa que antecede mais uma eleição, o país de Graça brilha como um farol”, conclui o jornalista.
Pena que nem os gestores municipais de Alagoas aprenderam a lição de Mestre Graça. Que o diga o atual prefeito da mesma Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, que se vestiu de imperador e esqueceu o sofrido sertanejo que o elegeu.