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Eleição dividida

Por 24/08/2018 - 08:58

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Foto: Divulgação
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A inesperada candidatura do senador Fernando Collor ao governo de Alagoas dividiu os dois maiores colégios eleitorais do estado e, mais que isto, embaralhou uma eleição que se prenunciava como favas contadas para Renan Filho. 

Em Maceió, onde os dois principais candidatos detêm os maiores índices de rejeição do eleitorado, Renan reina nos bairros ricos, enquanto Collor dá as cartas na periferia da Capital.

Em Arapiraca, Collor operou o milagre de unir em torno de sua candidatura os dois principais grupos políticos adversários, liderados por Célia Rocha e Rogério Teófilo. 

Na maioria dos municípios, o governador leva ampla vantagem nas alianças fechadas com prefeitos e vereadores, eternos aliados do poder. Mas tem um porém: a maioria desses gestores está tão desgastada que pouco ou quase nada influenciará no voto do eleitorado.

É nesse vácuo de liderança e no fértil terreno movediço da insatisfação popular que Collor tem carisma para vender seu discurso arrebatador. 

 Agora, com uma disputa eleitoral pra valer, Renan Filho, que se considerava reeleito, vai ter que gastar muita lábia e sola de sapato para se manter no poder.

Como franco atirador, Collor nada tem a perder e, ainda que derrotado, usará a experiência dessa campanha para o grande embate eleitoral que se dará em 2022, quando terá que defender sua reeleição ao Senado.


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