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Justiça em família

29/06/2024 - 09:01

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Caio Loureiro - Assessoria do TJ
Presidente do TJ-AL, Fernando Tourinho
Presidente do TJ-AL, Fernando Tourinho

O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas não perde a chance de engordar os salários de seus parentes e agregados em meio a denúncias de violação das normas éticas que desacredita o judiciário alagoano. É preciso extrair o máximo possível do mega orçamento do Judiciário, que chega a quase R$ 1 bilhão por ano. 

Além de promover desvios de função e criar novos cargos com altos salários para acomodar seus apadrinhados, Fernando Tourinho Filho se aproveita até de seus plantões judiciários para aumentar a renda familiar através de diárias desnecessárias. 

No último final de semana, Tourinho designou um verdadeiro batalhão de servidores para atuarem no plantão judiciário nos dias 22 e 23. Pelo menos 37 privilegiados receberam diárias para não trabalhar, visto que um plantão precisa apenas de um magistrado e dois ou três funcionários competentes para despachar os poucos processos, geralmente um ou dois pedidos de habeas corpus que surgem durante um plantão judiciário. Nem o mutirão comunitário da Justiça mobiliza tantos servidores. 

A farra das diárias é encabeçada por Cláudia Lopes Lisboa Souza, esposa do desembargador, que é diretora adjunta de Infraestrutura de Obras e Serviços, sem qualquer ligação com as atividades de um plantão judiciário. Da lista constam ainda Luciana Omena, irmã de Fernando Tourinho, e outros 35 apadrinhados. 

Para quem vive reclamando do “apertado orçamento” do Poder Judiciário, próximo de R$ 1 bilhão, incluindo receitas do Funjuris e de suplementações do duodécimo, as ações do presidente do Tribunal de Justiça soam como deboche aos alagoanos, cuja renda média não chega a R$ 1.200,00 por mês, menos que uma diária de R$ 1.500,00 paga em um plantão judiciário aos amigos do poder.


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