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Justiça lenta, crimes impunes

09/07/2024 - 09:56

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Condenados em primeira instância por desvio de recursos públicos no mandato exercido entre 2017 e 2021, os oito vereadores de Barra de São Miguel se aproveitaram da lentidão da Justiça para manter os direitos políticos e continuarem na impunidade. 

Quatro deles até se reelegeram na eleição de 2021 e estão concluindo seus mandatos de olho no pleito municipal deste ano, com o que completarão três mandatos consecutivos, mesmo condenados por corrupção, graças à lentidão da Justiça alagoana. 

Do total de nove integrantes da Câmara barrense só a vereadora Luciene Paulino não se envolveu em atos de corrupção. Dos condenados, Maria Quitéria dos Santos Paula (atual presidente da Câmara), Luan Santos Marcelino, Eliane Andrade da Cruz e Diney Apratto Torres Pugliesi estão no mandato e pretendem disputar a reeleição em outubro próximo, caso o Tribunal de Justiça de Alagoas não julgue até lá os recursos protelatórios ajuizados pelos réus. 

Além da lentidão da Justiça, os oito condenados receberam do prefeito Biu de Lira a promessa de que serão absolvidos no TRE ou, em última instância, concluirão um terceiro mandato sem que sejam incomodados. Para isso, contariam com o poder de barganha do deputado federal Arthur Lira para deixar o processo em banho-maria. 

Vale lembrar que Arthur Lira, condenado por desvio de recursos da Assembleia Legislativa, não só escapou da condenação como enterrou a operação da PF que descobriu, em 2007, o maior roubo de dinheiro público da história do Legislativo alagoano, totalizando à época mais de R$ 300 milhões. 

Considerando o atual poder de fogo do presidente da Câmara dos Deputados, “engavetar” o processo dos vereadores de Barra de São Miguel por mais quatro anos é tarefa considerada fácil. É o que esperam os condenados, herança do governo de Zezeco.


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