Debandada no PP
A decisão de Marcelo Beltrão e de seus colegas de Jequiá da Praia e Feliz Deserto de trocar o PP, de Arthur Lira, pelo MDB pode ser o início de uma debandada de prefeitos progressistas para o partido de Renan Calheiros. O gesto do prefeito de Coruripe deve ser seguido por outros gestores eleitos pelo PP durante o auge de Arthur Lira no poder.
Marcelo Beltrão trabalha para reunir a família, dividida após a morte do deputado João Beltrão, e assumir a liderança do grupo político que mandou e desmandou no Sul do estado por muitos anos. Sua decisão de unir-se aos Calheiros sinaliza que Arthur Lira perdeu liderança e espaço político para o clã de Murici.
Como diz o pensador paraibano Antônio Costta, “políticos não têm amigos. Eles têm grupos de aliados que vão se formando de acordo com a conveniência”. Quando o “amigo da hora” não mais atende aos interesses do político ele sai em busca de novos aliados. Faz parte do jogo político.
A fuga de prefeitos do PP para o MDB sinaliza que o reinado de Arthur Lira está chegando ao fim e seus aliados buscam guarida no partido de Renan, cujo projeto de poder é comandar Alagoas por mais 20 anos.
Fora da presidência da Câmara, Arthur Lira perde poder e volta a ser mais um deputado do Centrão, sem o glamour dos holofotes e sem a barganha das bilionárias emendas secretas. Terá como alternativa de sobrevivência política virar mais um ministro de Lula ou aliar-se ao grupo dos Calheiros. É a lei da vida; “se não pode vencer o inimigo, junte-se a ele”.