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Bode expiatório

17/03/2025 - 10:17
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Agência Brasil
O ex-senador Fernando Collor
O ex-senador Fernando Collor

O ex-senador Fernando Collor de Mello, condenado no STF por lavagem de dinheiro, corre o risco de ir para a prisão caso o Supremo indefira o último recurso do ex-presidente pedindo a redução da pena. 

A condenação de Collor foi baseada apenas em relatos e documentos produzidos unilateralmente pelo doleiro da Lava Jato Alberto Youssef após firmar generosos acordos com o então juiz Sérgio Mouro para salvar a própria pele. 

Em defesa de Collor vale lembrar que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu que provas produzidas sob ameaça de prisões preventivas alongadas não são suficientes para condenação. Mas no caso de Collor – que sempre negou as acusações – essa decisão não foi levada em conta. 

O senador Renan Calheiros também foi um dos alvos da finada Lava Jato, com 26 inquéritos arquivados somente no âmbito da força-tarefa comandada por Sérgio Moro. Ao todo foram 40 procedimentos criminais arquivados no Supremo. 

Depois de o mesmo STF absolver vários figurões da República denunciados com base em delações premiadas, a condenação de Collor soa como decisão fora da curva e cria a suspeita de que o ex-senador – agora sem mandato – foi usado como bode expiatório para redimir fraquezas do próprio Supremo. É aquele velho ditado do “rei posto, rei morto”.


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