Nepotismo no TJ

A cúpula do Tribunal de Justiça de Alagoas foi apanhada de surpresa com a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de demitir todos os parentes dos desembargadores que ocupam dezenas de cargos comissionados. A ordem é acabar com o nepotismo histórico que impera no Judiciário alagoano.
A determinação foi comunicada ao presidente do tribunal, desembargador Fábio Bittencourt de Araújo, na semana passada, durante a inspeção do CNJ realizada em Alagoas. A decisão deixou um rastro de revolta entre os magistrados e de indignação entre os servidores que perderão seus empregos privilegiados.
A maioria dos desembargadores tem parentes em cargos comissionados com os maiores salários do TJ, mas o presidente Fábio Bittencourt é o mais atingido pelas demissões por ter o maior número de parentes aboletados no tribunal, inclusive o juiz Antônio Bittencourt, diretor do Fórum de Maceió, nomeado pelo irmão-presidente. Em segundo lugar vem o ex-presidente Fernando Tourinho, outro campeão na arte do nepotismo cruzado e no favorecimento à parentela.
Irresignada com a radical decisão do CNJ, a cúpula do tribunal viajou a Brasília na tentativa de reverter algumas demissões e reduzir os estragos para o tribunal. Nesse esforço, o presidente Fábio Bittencourt conta com o apoio do ministro do STJ, o alagoano Humberto Martins, autoridade que manda e desmanda no TJ de Alagoas.