Bate-boca expõe crise entre presidente e vice do TJ de Alagoas

A primeira sessão plenária de julho do Tribunal de Justiça de Alagoas foi marcada por um animado bate-boca entre o presidente Fábio Bittencourt e o vice Carlos Cavalcanti. Ressentido por ter perdido poderes no exercício da vice-presidência, Cavalcanti acusou o golpe seis meses após ter sua função esvaziada por Fábio Bittencourt.

Carlos Cavalcanti entrou em rota de colisão com Fábio Bittencourt durante o processo sucessório quando se impôs como candidato a vice-presidente do TJ à revelia da cúpula do tribunal. Ganhou o cargo por ingerência do ministro Gilmar Mendes (STF), o que gerou descontentamento da direção do TJ.

Ao assumir a presidência, o primeiro ato de Bittencourt foi tirar do vice a incumbência de decidir sobre a subida de recursos para os tribunais superiores, função de alta relevância. Essa prerrogativa é do presidente do tribunal, mas há anos a incumbência sempre foi delegada ao vice-presidente. Vale lembrar que esses recursos – especiais e extraordinários – para o STJ e STF envolvem grandes interesses de seus autores.

Alijado das decisões do tribunal e com a caneta sem tinta, o desembargador Carlos Cavalcanti virou um vice decorativo na estrutura ddo TJ, mas só agora jogou a toalha e acusou Fábio Bittencourt de centralizar as decisões. As mágoas represadas romperam o dique da boa convivência e culminaram no arranca-rabo que animou a plateia na primeira sessão de julho de 2025.