MDB oficializa Rafael Brito na corrida pela Prefeitura

A frase clichê “a sorte está lançada” é bem apropriada para a candidatura do deputado federal Rafael Brito (MDB) à Prefeitura de Maceió. A sete meses das eleições, Brito só tem a sorte como principal fator para vencer o prefeito JHC (PL), que vai à reeleição e acumula a maior quantidade de vereadores. 

No lançamento de sua pré-candidatura na última segunda-feira, uma ausência importante: o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB), principal aliado do governador Paulo Dantas (MDB), e que não apoia o gasto nem de energia e nem de dinheiro na candidatura do parlamentar. A questão é pragmática: para Victor é preciso investir onde o MDB tem mais força, ou seja, no interior. Maceió não apoia nem o MDB nem o calheirismo e, na disputa majoritária, deu menos votos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que a Jair Bolsonaro (PL). 

Outra inquestionável liderança do MDB não apareceu: o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, hoje às voltas em definir seu vice também na busca pela reeleição. Um vice disputado entre o senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP). 

Mas estavam no lançamento de Rafael Brito: Calheiros, Dantas, o ministro dos Transportes Renan Filho (MDB), o vice-governador Ronaldo Lessa (PDT), o deputado federal e líder do MDB na Câmara Isnaldo Bulhões, prefeitos, a bancada do MDB na Assembleia Legislativa. Todos juntos, mais uma vez.

Os partidos que orbitam o núcleo do poder palaciano – com nomes lançados ao Executivo municipal – não apareceram. É preciso não mostrar publicamente o que se sabe desde sempre: todos estão unidos para empurrar Rafael Brito ao segundo turno. E para isso investem no desgaste político-eleitoral de JHC.

No lançamento de Rafael Brito como pré-candidato a prefeito de Maceió não faltaram críticas a JHC. Uma das mais contundentes foi de Ronaldo Lessa, que foi eleito vice de JHC em 2020 e dois anos depois rompeu a aliança, elegendo-se como vice de Paulo Dantas.

“Não pense que o povo é besta. Não pense que é Alok que vai ganhar a eleição em Maceió”, disse Lessa. A referência ao músico não é à toa: JHC investe em shows que exigem enormes cachês, com artistas de popularidade. 

“Maceió não tem gestão nova, Maceió não tem gestão moderna porque os problemas se acumulam há muito tempo e são os mesmos do passado”, resumiu o ministro Renan. 

O evento do MDB ofereceu pistas das críticas que serão direcionadas ao prefeito JHC.

“Eles são profissionais em criar logomarca e inventar soluções que nunca chegam na vida da população. Enquanto as mães de Maceió procuram uma escola para matricular o filho e não encontram, eles gastam R$ 8 milhões em escola de samba no Rio de Janeiro. Há uma inversão de prioridades. Mas nós iremos mudar isso”, disse Brito, falando ainda da Braskem, o crime ambiental em Maceió, a posição da gestão Jota.

“Receberam e embolsaram R$ 1,7 bilhão e até agora nada fizeram pelas vítimas da Braskem. As famílias estão entrando na justiça em busca de indenizações justas pelos graves prejuízos causados pela empresa. O montante destinado pela prefeitura ao chamado Fundo de Amparo às vítimas está sendo mal utilizado”, disse o pré-candidato.

“Queremos, com o Brito, fazer de Maceió o exemplo entre as capitais, da mesma maneira como Alagoas é para o Brasil”, disse o governador Paulo Dantas.

“Maceió vai cada vez mais conhecer Rafael Brito, o pai de família, o marido, o trabalhador. Rafael Brito é uma pessoa extremamente qualificada e atenta. Foi assim na Secretaria do Trabalho e Emprego, na Desenvolve, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo e na Secretaria de Educação”, disse Renan Filho. 

O MDB também apresentou sua lista de candidatos a vereador da capital. Objetivo é eleger 15 nomes. Hoje, com mandato, são: Kelmann Vieira, Fernando Hollanda, Joãozinho e Zé Márcio. Buscam mandato: os líderes comunitários Allan Pierre e Devinho Barbosa, a delegada Ana Luíza Nogueira, Beto da Farmácia, Carlinhos da Saúde, Charles Omena, Everton Pita, Coronel Fragoso, Marcelo Casado, Nery Almeida, Pedoca, Fátima Santiago, Juliana e Marília Guimarães.