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ELEIÇÕES

Calheirismo tem pressa em definir estratégia para alavancar Brito

Deputado se reuniu esta semana em Brasília com Renan e Dantas; unificar palanques pode ser caminho
Por ODILON RIOS 27/04/2024 - 05:00

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Reprodução/FACEBOOK
Rafael Brito com o governador Paulo Dantas e o ministro Renan Filho
Rafael Brito com o governador Paulo Dantas e o ministro Renan Filho

A recusa do PT de oferecer um vice para a candidatura do deputado federal Rafael Brito (MDB) à Prefeitura de Maceió gerou um impasse no calheirismo. Isso porque o tempo está passando e o governo precisa definir a estratégia para alavancar o nome de Brito: ou unir todos os partidos do Palácio República dos Palmares em torno do parlamentar para enfrentar o prefeito JHC (PL) ou pulverizar os nomes e lançar Barbara Braga, que foi secretária Estadual do Turismo. Bárbara é filiada ao PSB. O Solidariedade conta com o ex-deputado Lobão; o PT com o advogado Ricardo Barbosa.

Escolher os caminhos para enfrentar o atual prefeito, que busca a reeleição, são fundamentais: porque o calheirismo quer arrastar a votação ao segundo turno.

Brito se reuniu esta semana em Brasília com o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o governador Paulo Dantas (MDB). Há muitas possibilidades a seguir, incluindo mais uma: lançar mais nomes à Prefeitura de Maceió.

Enquanto isso, o deputado federal reforça a agenda, tanto ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto no palanque do governador, montado nas cerimônias locais.

Correndo por fora, a jornalista Lenilda Luna (Unidade Popular) é nome da esquerda-raiz que também vai enfrentar JHC. Luna, rosto conhecido durante décadas entre os telespectadores, quer uma gestão com participação popular, “convidando os moradores de todas as partes da cidade para dialogar, com a contribuição de especialistas em urbanismo, engenharia, saneamento, saúde, educação, mobilidade urbana, cultura, entre outras áreas”, disse.

“Essa é a forma de desenhar e construir com seriedade e compromisso a cidade que queremos para as próximas décadas, com mais qualidade de vida e inclusão social. Uma cidade que receba bem os turistas, mas que acima de tudo seja acolhedora com seu próprio povo”, afirma. 

“Nossa campanha não tem amarrações com os projetos dos grupos tradicionais, porque nem o de Calheiros/Dantas nem o de Arthur Lira/João Caldas nos representam”, disse.

Enquanto isso, o prefeito JHC toca o barco, adiando o máximo que puder o anúncio do nome do seu vice, que deve ser o senador Rodrigo Cunha (Podemos).

Esta semana, o prefeito enviou à Câmara pedido de autorização para empréstimo de R$ 400 milhões junto à Caixa Econômica Federal, dinheiro, segundo ele, que será empregado no Programa Avança Maceió. Este dinheiro se soma a outro: os R$ 1,7 bilhão da reparação da Braskem ao desastre ambiental e urbano causado em Maceió. O dinheiro em caixa, a popularidade e o fato de nenhum prefeito que busca a reeleição ter sido derrotado na capital contribuem para ampliar a margem de vitória do prefeito nas eleições de outubro, preocupando o calheirismo.

Ao mesmo tempo, JHC é acusado de dar calote em vários setores, incluindo os artistas, e superfaturar a compra do Hospital da Cidade (R$ 260 milhões), adquirido com verba da Braskem. São assuntos que vão embalar o dia a dia da campanha. 

Sobre os empréstimos, a Prefeitura justifica que “Maceió tem uma das melhores gestões fiscais do país, ocupando a 7ª posição no ranking nacional”. “Entre as capitais do Nordeste, está em terceiro lugar, de acordo com dados do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi)”, diz ainda. 

E “com a saúde financeira equilibrada, Maceió tem folga na capacidade de alavancar empréstimos para realizar os investimentos necessários na cidade. Foi justamente o ajuste nas contas que permitiu que a cidade saísse de um endividamento de R$ 300 milhões, no começo de 2021, para se tornar a capital brasileira que mais investe”.

E continua: “Segundo os números do Instituto Compara Brasil, entre 2019 e 2023 a capital alagoana aumentou os investimentos em 1.166,50%. Para se ter uma ideia do que isso significa, a segunda colocação no ranking está com Aracaju, que avançou pouco mais de 200% no mesmo período. Durante a atual gestão já estão investidos mais de R$ 1 bilhão em obras e projetos por toda a cidade. O novo empréstimo solicitado pela Prefeitura vai dar sequência às transformações na qualidade de vida e infraestrutura urbana que Maceió vive”.


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