CPI da Braskem

Relatório da CPI vai sugerir remoção de moradores dos Flexais e Bom Parto

Texto vai apontar irregularidades e recomendar ações para reparar danos à população
Por Tamara Albuquerque 08/05/2024 - 16:21

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Arthur Fontes
Senadores que integram a CPI da Braskem estiveram em trabalho em Maceió
Senadores que integram a CPI da Braskem estiveram em trabalho em Maceió

O relator da CPI da Braskem no Senado, senador Rogério Carvalho (PT-SE), afirmou em Maceió, nesta quarta-feira, 8, que o relatório final do colegiado vai recomendar a retirada dos moradores dos Flexais, que vivem em situação de isolamento desde a demolição dos imóveis e evacuação dos habitantes de bairros vizinhos. O relatório considera as famílias dos Flexais vítimas diretas da tragédia provocada pela mineração irregular da Braskem, que destruiu cinco bairros em Maceió e desequilibrou a vida de mais de 60 mil pessoas na região, entre habitantes e empresários.

Rogério Carvalho disse que vai encaminhar o relatório aos órgãos envolvidos e que a remoção das famílias dos Flexais será apontada como necessária, independente de qualquer argumento. Segundo ele, a CPI vai apresentar o relatório no dia 15, no Senado. O texto também terá recomendação sobre a retirada dos moradores do Bom Parto que vivem em área de transição e, assim como as famílias dos Flexais, sofrem as consequências da tragédia. 

O requerimento para a realização de diligências da CPI em Maceió foi apresentado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL). Em entrevista coletiva o presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) voltou a afirmar que o relatório será encaminhado aos órgãos competentes, como MPE, MPF, AGU e outros com as recomendações. 

Omar Aziz voltou a afirmar que o ponto de maior destaque na CPI foi a Braskem ter admitido a culpabilidade pelo desastre em Maceió. Segundo ele, entre os pontos críticos a serem definidos está a questão da propriedade dos terrenos dos imóveis, que não podem ir para as mãos da empresa que deu causa ao desastre social; a remoção dos moradores de áreas em transição e também definir de quem será a responsabilidade pelas áreas evacuadas até que sejam estabilizadas. 

Questionado sobre a compra do hospital pela Prefeitura de Maceió, o senador disse que constará observações no relatório, mas a investigação sobre irregularidade é de competência de órgãos como Tribunal de Contas, Câmara de Maceió, entre outros. Segundo ele, é preciso acompanhar o uso dos recursos pagos pela empresa.

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