Paulo Dantas dá os primeiros passos para ‘conquistar’ direita de Alagoas

O governador Paulo Dantas (MDB) está buscando estabelecer uma presença entre os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro (PL) em Alagoas, apesar das diferenças ideológicas. Enquanto o bolsonarismo é dominado por JHC em Maceió, Dantas reconhece a importância de conquistar espaço entre os seguidores do representante da direita no estado. Para tanto, adotou uma abordagem direta ao nomear, nesta semana, a pastora Cláudia Balbino, que apoiou Bolsonaro, para a Secretaria do Trabalho, antes ocupada pelo Republicano Antônio Albuquerque.

Essa movimentação marca a primeira tentativa de Dantas de entrar no território político do prefeito de Maceió. E acontece em um momento crucial, com o PL de JHC ganhando força na Câmara Municipal, se preparando para confrontos eleitorais tanto municipais quanto estaduais, como em 2026. 

Dantas não ocorre isoladamente e sabe. O movimento é um reflexo da crescente competição política em Alagoas, com JHC consolidando sua posição como uma figura de destaque. O embate entre JHC e Rafael Brito será também um ensaio das projeções para as eleições estaduais de 2026 e moldará as estratégias dos atores políticos.

Há uma longa conversa nos bastidores que, caso seja reeleito, JHC tem planos de concorrer ao Governo de Alagoas em 2026. Com isso, a definição do vice se torna ainda mais interessante, porque são grandes as chances de que o escolhido seja efetivamente o prefeito por dois anos, a metade do mandato. 

Há uma longa conversa nos bastidores
que, caso seja reeleito,
JHC tem planos de
concorrer ao Governo
de Alagoas em 2026.
Com isso, a definição
do vice se torna ainda mais interessante,
porque são grandes
as chances de que o
escolhido seja efetivamente o prefeito por
dois anos, a metade do
mandato

Mesmo com a base legislativa forte, a campanha de JHC ainda barra na novela chamada “Vice do prefeito”, que ganhou mais um capítulo nesta semana: o senador Rodrigo Cunha (Podemos) mudou seu domicílio eleitoral para a capital alagoana e reacendeu as especulações em torno de seu nome para a vaga mais cobiçada das eleições deste ano.

Rodrigo Cunha já havia sido especulado no ano passado como vice do prefeito JHC (PL), mas com o alinhamento político entre Caldas e Lira, o nome do senador foi perdendo espaço dentro da conjectura. O fato mais novo, que coloca Cunha novamente no páreo, é sua mudança de domicílio eleitoral. 

O presidente estadual do Podemos deixou sua terra natal (Arapiraca) e agora vai passar a votar em Maceió, onde JHC vê uma ascensão do PL evidenciada durante a “janela partidária”, período de um mês em que é possível mudar de partido para concorrer às eleições municipais de outubro. Quinze dos 25 vereadores de Maceió fizeram essa migração, dando à Câmara uma nova formação política.

O PL cresceu e chegou ao total de 11 vereadores, tornando-se a maior bancada da Câmara. O partido do governador Paulo Dantas, o MDB, era maioria na Câmara, com oito vereadores, mas perdeu quatro para o PL: Brivaldo Marques, Chico Filho, Luciano Marinho e o presidente da Casa, Galba Netto. Além desses quatro dissidentes do MDB, a vereadora Olívia Tenório deixou o partido e se filiou ao PP de Arthur Lira. Por outro lado, dois vereadores migraram para o MDB, Joãozinho, antes no PSB; e Kelmann, ex-Podemos. 

O PT agora tem dois vereadores, Teca Nelma, que deixou o PSD, e Dr. Valdir de Melo, que já era do Partido dos Trabalhadores e permaneceu na legenda.