ELEIÇÕES
Entenda o que está por trás das alianças pretendidas por Rafael Brito e JHC
Se nas redes sociais a disputa é de igual para igual, na TV a história muda
Além da vitória, é claro, o tempo de TV continua sendo a maior ambição dos partidos desde que a televisão começou a desempenhar um papel importante na política. Em Maceió, serão disponibilizados 10 minutos de tempo de TV divididos em dois blocos diários. Até o momento, os tempos de inserção são os seguintes:
JHC tem 5 minutos e 49 segundos, Rafael Brito possui, por enquanto, 3 minutos, Lobão (Solidariedade) conta com 36 segundos e Lenilda Luna (Unidade Popular) tem aproximadamente 15 segundos. Essas contas são válidas desde que a federação PDT, a federação PSOL/Rede, além do PSB e PSD, apoiem Rafael Brito, e que o PT/PV/PCdoB reavaliem sua posição. Além disso, é necessário que União Brasil, PP, Republicanos, Podemos e a federação PSDB/Cidadania mantenham seu apoio a JHC.
A necessidade de alianças para garantir um maior tempo de propaganda torna-se evidente para ambos os candidatos. JHC, pertencente ao PL, busca apoio dos partidos liderados por Arthur Lira para otimizar sua comunicação eleitoral. Com a maior bancada na Câmara Federal, o PL oferece uma vantagem estratégica considerável, e o tempo de TV é um recurso crucial para JHC.
Rafael Brito, por outro lado, está no MDB e depende do suporte dos partidos de oposição, em particular da federação PT/PCdoB/PV. Esta federação, que possui a segunda maior bancada, é essencial para aumentar a competitividade de Brito e levar potencialmente a eleição para um segundo turno.
Ao que tudo indica, porém, Brito terá de se contentar em aparecer menos que JHC durante a campanha e focar nas redes sociais, onde poderá disputar de igual para igual com o atual prefeito. Isso porque o diretório do PT de Maceió realizou a convenção que referendou a chapa majoritária com Ricardo Barbosa como candidato a prefeito e Eliane Silva (PSOL) como vice-prefeita, mas o MDB de Alagoas mantém a pressão para que a direção nacional do partido anule a decisão e mande o PT local apoiar Tio Rafa.
Dados do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) mostram que os debates televisivos foram considerados fundamentais para a decisão do voto em eleições anteriores, sejam municipais ou não. Em 2014, 32% dos eleitores consideraram os debates a principal influência na escolha, enquanto em 2018 esse número caiu para 22%. Este declínio pode ser atribuído à baixa participação de Jair Bolsonaro em debates naquele ano.
Além dos debates, conversas com amigos e familiares têm sido um meio importante de decisão eleitoral. Especialmente para mulheres, pessoas com mais de 50 anos e com menor escolaridade, essas conversas têm um impacto comparável aos debates. Na região Sul, conversas pessoais superaram a importância dos debates para a decisão do voto.
A influência das redes sociais nas eleições também tem aumentado. Em 2014, apenas 2% dos eleitores consideravam as redes sociais como a principal fonte de informação para sua escolha. Esse número cresceu para 9% em 2018, indicando a crescente importância das redes sociais, especialmente entre os mais jovens e aqueles com maior escolaridade.
A propaganda eleitoral gratuita será exibida de 30 de agosto a 3 de outubro. A divisão do tempo e a distribuição da programação serão definidas pela Justiça Eleitoral. Emissoras de rádio e televisão reservarão 70 minutos diários para inserções de 30 e 60 segundos, distribuídas ao longo da programação das 5h à meia-noite.