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DINHEIRAMA

Deputados de Alagoas gastam R$ 113 mil da cota parlamentar no recesso de janeiro da Câmara

Alfredo Gaspar registrou maior despesa entre os parlamentares da bancada no período de férias
Por Redação 08/02/2025 - 06:00
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Assessoria
O deputado Alfredo Gaspar
O deputado Alfredo Gaspar

O recesso de janeiro na Câmara dos Deputados custou aos cofres públicos a quantia absurda de R$ 466,28 milhões, apesar de nenhum trabalho ter sido desenvolvido na Casa durante o período. O montante representa quase 6,42% do orçamento previsto para 2025, segundo aponta o portal da transparência. Os nove deputados federais de Alagoas contribuíram com R$ 113.184,06 para essa gastança no período de "férias", utilizando os recursos da cota parlamentar, que sustenta o exercício da atividade legislativa.

A cota para os deputados de Alagoas é estipulada em R$ 46.737,90. No mês de janeiro, mesmo com as portas fechadas na Câmara, o deputado que mais utilizou os recursos foi Alfredo Gaspar (União), com um gasto de R$ 39.267,62, sendo a maior parte — R$ 27,3 mil — destinada à divulgação de sua atuação no parlamento. Luciano Amaral (PV) utilizou R$ 26.860,75, dos quais R$ 16 mil foram para despesas com o mesmo propósito.

O deputado Delegado Fábio Costa (PP) usou R$ 26.793,35 da cota parlamentar no mês de recesso, sendo R$ 12,7 mil apenas para a locação de veículos. Rafael Brito (MDB) registrou uma despesa total de R$ 9.809,08, sendo a maior delas — R$ 4,5 mil — destinada à manutenção do gabinete. Marx Beltrão usou a cota para pagar despesas aéreas no valor de R$ 5.284,10 durante o recesso. Isnaldo Bulhões (MDB) utilizou R$ 2.834,75, sendo R$ 1.813,53 para a compra de combustível e R$ 1.021,22 para passagens aéreas.

Os deputados da bancada de Alagoas que tiveram menos gastos no mês de janeiro foram Arthur Lira (PP), com R$ 1.686,22 em combustível, e Daniel Barbosa (PP), com R$ 648,19 em hospedagem e combustível.

Considerando a cota parlamentar e fazendo uma comparação regional, Alagoas ficou na 7ª colocação entre os estados do Nordeste em relação aos custos dos deputados durante o recesso: os parlamentares do Rio Grande do Norte gastaram R$ 87 mil; os de Sergipe, R$ 95 mil; Alagoas, R$ 113 mil; Piauí, R$ 131 mil; Paraíba, R$ 147 mil; Maranhão, R$ 196 mil; Ceará, R$ 319 mil; Pernambuco, R$ 416 mil; e Bahia, R$ 572 mil.

Vale lembrar que cada deputado tem à disposição R$ 125.478,70 por mês para pagar salários de até 25 secretários parlamentares, que trabalham para o mandato em Brasília ou nos estados. Esses funcionários são contratados diretamente pelos deputados, com salários que variam de R$ 1.492,60 a R$ 17.638,64. Os encargos trabalhistas, como 13º salário, férias e auxílio-alimentação dos secretários parlamentares, não são cobertos pela verba de gabinete — são pagos com recursos da Câmara.

A maior parte dos gastos da Câmara dos Deputados durante o recesso é com salários, mas há muitas mordomias, como R$ 1,8 milhão investido em segurança privada para os parlamentares e reformas supérfluas, incluindo a troca de armários nos imóveis funcionais, que também entraram na fatura de janeiro: mais de R$ 1,3 milhão.

O salário atual de um deputado federal é de R$ 44.008,52. A remuneração mensal leva em conta o comparecimento às sessões deliberativas do Plenário, e a ausência não justificada pode resultar em desconto no salário.


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