AGLOMERAÇÃO
Pacientes reclamam de superlotação na antiga Farmex em Maceió
Pessoas ficam horas à espera de medicação distribuída pelo Estado de Alagoas
Pacientes que retiram medicamentos na sede do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), antiga Farmex, no bairro do Farol, em Maceió, reclamam da superlotação do espaço. Por falta de acomodação, muitas pessoas passam horas em pé à espera de atendimento. A aglomeração dentro da farmácia preocupa quem divide o espaço, principalmente idosos, que temem contrair alguma doença contagiosa.
Além dos usuários de outros medicamentos de alto custo, com o descredenciamento de clínicas e usuários, o Ceaf passou a distribuir colírios para o glaucoma. Foi a partir daí que o desconforto aumentou. Outra reclamação é que a placa de sinalização da sede encontra-se danificada. Apenas a armação de ferro permanece no local, o que dificulta a localização para quem busca atendimento pela primeira vez.
Um usuário que não quis se identificar chegou às 8h54 e, até as 11h, ainda não havia sido atendido. Impaciente, cochilou, reclamou e demonstrou indignação com a situação. “Todo mês é a mesma coisa. Antes não tinha tanta gente assim. Agora, a gente fica aqui quase o dia todo esperando ser atendido. É uma falta de respeito com quem precisa pegar o remédio todo mês. Deveria haver outros pontos de distribuição”, questionou.
Uma dona de casa, que pegou a ficha D365 às 10h10 para um portador de deficiência, riu da situação. “Com tanta gente assim, sei que vou sair daqui só à tarde. Já é quase meio-dia e os atendentes saem para o almoço e só retornam às 14h. Esse tempo todo fica pouca gente para atender. Já avisei à minha irmã que não tenho hora para chegar”, afirmou.
Seu Antônio foi um dos que ficaram insatisfeitos com a longa espera e o tumulto formado na terça-feira, 4 de fevereiro. Ele contou que, antes, pegava o colírio em outro local e que a comodidade era bem maior. Segundo ele, não enfrentava fila nem perdia tanto tempo esperando ser atendido. “Quando a gente chega e encontra um lugarzinho para sentar, ainda é bom. Agora, ficar como esse pessoal aí, tanto tempo em pé, sem saber a hora em que será atendido, é mais difícil. E tem vez que a gente enfrenta tudo isso e o remédio está em falta”, reclamou o aposentado. Ele também destacou outra dificuldade: o difícil acesso ao local, pois precisa descer na pista (Avenida Fernandes Lima) e caminhar até a sede.
Apesar do ambiente tumultuado, a solidariedade também se faz presente. Alguns idosos têm dificuldade para acompanhar no painel a chamada de atendimento, e quem está por perto os ajuda. A numeração, inclusive, é confusa até para os mais jovens. As conversas paralelas, às vezes, incomodam quem está por perto, mas o clima amistoso prevalece, e há quem ceda o lugar para aqueles que não conseguiram um assento.
As sugestões são diversas, e os pacientes questionam por que a Secretaria de Saúde do Estado não volta a credenciar clínicas para desafogar o Ceaf.
Nota de Esclarecimento
Por meio da nota “Estrutura Física do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica”, a Sesau informou que:
“A Secretaria de Estado da Saúde esclarece que está investindo em melhorias na estrutura física do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) para garantir maior comodidade aos seus servidores e usuários. O órgão conta com mais de 60 mil cadastros ativos de pessoas que recebem medicamentos de alto custo e, por essa razão, muitas vezes registra grande fluxo em sua sede. Nos próximos dias, a unidade contará com o reforço de mais dois condicionadores de ar para melhorar o sistema de refrigeração da recepção do pátio. Também devem ser disponibilizadas mais cadeiras e instalada uma nova placa de sinalização.”