CRISE
Braskem fechará planta de Maceió se não renovar licença
Sem o sal-gema de Alagoas, empresa perde competitividade e precisa investir bilhões na modernização da fábrica do Pontal.jpeg)
A Braskem bateu o martelo e decidiu que a fábrica da mineradora em Maceió será fechada se não renovar a licença de operação da unidade de cloro e soda no Pontal da Barra, que vence no dia 12 de maio de 2026. A decisão foi comunicada pessoalmente ao presidente da Federação das Indústrias de Alagoas, José Carlos Lyra, pelo novo presidente-executivo da mineradora, Roberto Ramos, em recente visita a Maceió.
A questão do licenciamento depende de análise do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que tem recomendação da CPI da Braskem para não renovar a licença até a transferência da fábrica para outro local. Outra exigência que consta do relatório final da CPI é que seja coberto todo o passivo ambiental decorrente do desastre ecológico que destruiu cinco bairros da cidade.
Esta semana, os sindicatos ligados à mineradora foram informados sobre a desativação de uma das três casas de células da planta do Pontal, o que deixou os trabalhadores preocupados com um possível fechamento da fábrica e desemprego em massa. Em outro comunicado, foi pedido às empresas prestadoras de serviço que reduzam 30% de suas atividades, o que aumentou ainda mais a apreensão dos trabalhadores.
A Braskem já havia decidido que não vai mais explorar sal-gema em Alagoas, optando por importar esse minério ou explorar jazidas em outros estados. A mineradora alega que essa operação aumentou os custos de produção de cloro e soda cáustica e reduziu a competitividade em relação à China e aos Estados Unidos.
O Jornal EXTRA apurou ainda que, para manter-se competitiva no mercado internacional, a Braskem precisa investir alguns bilhões de reais na modernização da planta de Maceió, que opera há 50 anos e está totalmente obsoleta. No entanto, a mineradora só investirá se tiver garantia de renovação da licença de operação.
A empresa também não tem interesse em transferir a fábrica do Pontal para outro local ao custo de R$ 1 bilhão e admite fechar a planta e abastecer o polo cloroquímico de Marechal Deodoro com matéria-prima produzida na unidade baiana de Camaçari. Nessa hipótese, a planta do Pontal da Barra seria utilizada como depósito de produtos químicos para servir ao polo de Marechal.