Estratégia do governo também garante hospitais e obras

Ao espalhar ações pelo interior, a tentativa do Estado é fechar caminhos e conter o avanço do prefeito de Maceió, JHC (PL), ou do vice e secretário de Infraestrutura, Rodrigo Cunha (Podemos), além de evitar uma possível derrota do senador Renan Calheiros (MDB), que disputa a reeleição em 2026.

Por isso, a construção e reforma de unidades habitacionais são uma estratégia mais emergencial. Porém, a Secretaria de Infraestrutura contratou mais obras também de impacto visual e político-eleitoral.

Na cidade de Chã Preta, a programação é entregar 300 casas. Em 2018, na disputa ao Senado, Rodrigo Cunha foi o mais votado na cidade, seguido de Renan Calheiros: 37,28% x 25,82%.

Em 2022, Paulo Dantas obteve 69,94% dos votos do município; Renan Filho, 3.147 eleitores; e Luciano Amaral (PV) foi o federal mais votado. Maior cabo eleitoral de Amaral: o presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB).

Também terão melhorias habitacionais as cidades de Penedo, Mar Vermelho, Igreja Nova, Senador Rui Palmeira, Dois Riachos, Cacimbinhas e Poço das Trincheiras.

Em Cacimbinhas, a família Wanderley, apoiada por Calheiros/Dantas, derrotou os Garrote, liderados por Arthur Lira nas eleições do ano passado.

O governo também fez convênio para um Centro de Convenções em São Miguel dos Campos; recuperação de fachadas no centro histórico de Piranhas; construção de um loteamento para pescadores e marisqueiras em Pilar, além de realizar obras na Praça Jaciobá, em Pão de Açúcar.

Em São Miguel dos Milagres, foi aberta concorrência pública para a contratação de empresa para realizar obras urbanas em grotas e comunidades. Custos bancados pela Secretaria Estadual de Infraestrutura, que também incluiu um novo sistema de abastecimento no destino turístico.

Além disso, o governo do Estado liberou esta semana R$ 1,8 milhão (exatos R$ 1.802.866,80). Dinheiro para concluir ou continuar obras, além de comprar equipamentos, aos hospitais Regional do Médio Sertão, do Idoso, UPAs de Coruripe e Marechal Deodoro.

Esta semana, o governador prometeu inaugurar o Hospital Regional do Médio Sertão ainda em 2025. A unidade funcionará em Palmeira dos Índios, terá investimento mensal de R$ 10 milhões. A obra se arrasta desde 2023.

Quanto ao Hospital do Idoso, o governador prometeu, em 18/2/2025, na Assembleia Legislativa, a entrega para 2025.

Porém, há questões levantadas pela Prefeitura de Maceió sobre esta obra. Tanto a reforma quanto a ampliação foram barradas porque o Município alega que a lei municipal 5.593, de 08 de fevereiro de 2007, proíbe equipamentos deste tipo próximos a locais que armazenam ou processam produtos explosivos ou inflamáveis a 500 metros de distância. O relatório foi elaborado pela Defesa Civil Municipal.

Localizado na Avenida Durval de Goés Monteiro, no prédio onde antes funcionava a loja Dona Valmira, o Hospital do Idoso fica próximo da Ultragaz e Brasilgás (Nacional Gás Butano).

O Estado argumenta que a Defesa Civil autorizou a construção de empreendimento residencial multifamiliar chamado Mata dos Cardeais, também no raio das duas empresas de gás, além de a Prefeitura estar construindo uma nova faixa de veículos em frente ao futuro hospital, “podendo impactar nos fluxos e acessos ao prédio”, diz relatório de visita técnica da Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio, datado de 11 de fevereiro.

Para evitar novos entraves, o governo do Estado autorizou a compra do prédio das duas empresas, que se comprometeram a desativar os trabalhos até o próximo ano.

O valor pago da indenização foi de R$ 22,8 milhões, em uma única parcela no dia 10/12/2021.