Braskem inicia desmonte da planta de Maceió

A fábrica de cloro-soda da Braskem no Pontal da Barra, símbolo da maior tragédia ambiental de Alagoas, iniciou o desmonte das instalações industriais após 49 anos em operação que culminaram no afundamento de cinco bairros de Maceió e o deslocamento forçado de mais de 60 mil pessoas

A desmontagem começou pela separação do cobre, níquel e aço carbono presentes nas três casas de células, equipamentos mais importantes do sucateado parque industrial da Braskem no Pontal. Essas valiosas ligas metálicas serão vendidas em leilão e podem render uma receita estimada em mais de R$ 40 milhões.

Com o encerramento definitivo da produção de cloro e soda, a Braskem optou por suprir o Polo de Marechal Deodoro com dicloretano importado dos Estados Unidos e China em substituição ao sal- -gema e ao sal do Chile. Com a mudança, a fábrica do Pontal será usada como depósito do produto importado, e mesmo com o desmonte das instalações industriais a área não será liberada para ocupação
humana pelos próximos 10 anos por conta da contaminação do solo e do lençol freático decorrente de vazamentos de dicloretano ao longo de décadas.

 Essas informações foram confirmadas ao jornal EXTRA por Antônio Freitas da Silva, diretor de base do Sindipetro, que tenta negociar com a Braskem um plano de estabilidade temporária para os 350 funcionários da fábrica do Pontal e evitar a demissão em massa de trabalhadores. “A Braskem tem se utilizado de expedientes ilegais para burlar a lei e reduzir os custos das demissões”, destacou Freitas ao contestar informações da Braskem de que estaria empenhada em manter os empregos.

O sindicalista esperar chegar a um acordo com a petroquímica, mas adverte que se a empresa persistir na burla à legislação trabalhista, o Sindipetro ajuizará uma ação judicial reivindicando todos os direitos garantidos aos trabalhadores, inclusive um Plano de Demissão Voluntária (PDV), previsto para o caso de encerramento das atividades da empresa.