ELEIÇÕES 2026
Pesquisa reduz vantagem de JHC e pressiona decisão sobre candidatura
Busca por aliados no interior ou mudança de rota devem ser avaliadas pelo prefeito
O que antes parecia tranquilo para JHC agora pode ganhar contornos mais delicados. Embora historicamente o MDB encontre dificuldades para vencer em Maceió, a redução da vantagem mostrada pela última pesquisa Falpe indica que o prefeito terá de adotar postura mais incisiva para evitar novo recuo. O avanço gradual de Renan Filho na capital, somado à força que já possui no interior, pode complicar os planos do prefeito caso ele aposte apenas na base maceioense e em alguns aliados regionais para disputar o governo do Estado.
Segundo os dados coletados entre os dias 9 e 13 de outubro, JHC aparece com 62,5% das intenções de voto na capital, enquanto o ministro dos Transportes, Renan Filho, mantém 20%. Em janeiro, o placar era de 70% contra 12%, indicando redução acumulada de 15 pontos na diferença entre os dois.Em maio, o prefeito tinha 66,75%contra 20%, consolidando agora uma tendência de oscilação negativa.
Apesar das oscilações, Maceió segue como principal trunfo eleitoral de JHC para uma possível disputa estadual. A capital representa cerca de um terço do eleitorado e funciona como base de sustentação para qualquer projeto majoritário. A queda registrada, porém, acende alerta entre aliados, que enxergam necessidade de conter o recuo para preservar o capital político acumulado até agora.
Publicamente, JHC ainda não se pronunciou sobre disputar o governo ou optar por candidatura ao Senado. Nos bastidores, aliados
defendem que ele concorra ao governo do Estado em 2026, avaliação reforçada pelos altos índices na capital. O cálculo, porém, envolve risco elevado. Para enfrentar Renan Filho, seria necessário renunciar ao mandato com quase três anos restantes.
Entre os maiores defensores da ideia de uma disputa ao governo está o líder da gestão na Câmara, o vereador Kelmann Vieira (MDB), que, além de confirmar publicamente a candidatura de JHC, mesmo sem a palavra do próprio gestor, tem soltado diversas indiretas nas redes sociais.
Durante a posse do secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Maceió, Carlos Pinheiro da Costa Júnior (o Júnior Bom Sono), no
último dia 9, por exemplo, a presença do prefeito Luciano Barbosa, de Arapiraca — segundo maior colégio eleitoral de Alagoas —,
ao lado de JHC, chamou atenção e causou, mais uma vez, burburinhos entre interlocutores sobre a aproximação política entre os
dois líderes, ainda mais após uma fala do vereador Kelmann Vieira durante os discursos: “Muita gente ainda duvida dele, mas haverá
sinais”, em referência à possível candidatura de JHC ao Governo de Alagoas em 2026.
Além de preservar a vantagem em Maceió, JHC precisa ampliar presença no interior, onde Renan Filho tem trajetória consolidada. A expansão depende do apoio do deputado federal Arthur Lira, ex-presidente da Câmara, que mantém influência sobre prefeituras
estratégicas. Sem esse reforço, a migração eleitoral além da capital se torna mais lenta e custosa.
A pesquisa também avaliou o desempenho de gestões públicas em Maceió. O prefeito JHC registrou 80% de aprovação e 11% de
reprovação. O governador Paulo Dantas teve 40% de aprovação e 46% de rejeição. Já o presidente Lula aparece com avaliação dividida: 43,5% aprovam e 42,5% desaprovam a administração federal.
Mesmo com recuo na disputa majoritária, os números mostram que o prefeito mantém ampla aceitação entre os maceioenses. A leitura entre apoiadores é que ainda há margem para recuperação da diferença antes de qualquer definição. O desafio imediato
é estabilizar os índices e, ao mesmo tempo, construir ambiente favorável fora da capital.
Caso opte pela disputa para governador, JHC entrará em uma eleição que tende a ser polarizada e de alto desgaste. Os aliados ponderam que a candidatura ao Senado seria menos arriscada e permitiria continuidade política com menor exposição. A escolha, contudo, depende diretamente da evolução dos índices de intenção de voto ao longo dos próximos meses.