O Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, no Litoral Norte de Alagoas, registrou nesta terça-feira, 21, o nascimento do primeiro filhote da peixe-boi Telinha, uma das mais conhecidas da região. O momento é considerado um marco histórico para a conservação dos peixes-bois marinhos, ameaçados de extinção. 

A gestação foi acompanhada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Associação Peixe-Boi, garantindo monitoramento constante da mãe e do filhote.

Telinha, encontrada ainda filhote no Rio Grande do Norte em 2007, passou por reabilitação antes de ser transferida ao Rio Tatuamunha em 2011, onde foi solta na natureza em 2012. Desde então, a fêmea vem se adaptando ao ambiente natural. 

Até o momento, o sexo do filhote não foi identificado, e a equipe técnica mantém distância para garantir o bem-estar dos animais. A prefeitura reforça que é proibido qualquer contato físico ou alimentação durante a visitação, preservando a segurança dos peixes-bois e do ecossistema local.

Um santuário para a espécie ameaçada 

As duas espécies de peixe-boi do Brasil estão ameaçadas de extinção, mas em níveis diferentes: o peixe-boi-da-amazônia é considerado vulnerável, enquanto o peixe-boi-marinho, como o encontrado em Alagoas, é classificado como criticamente ameaçado. As principais causas dessa ameaça são a perda e a degradação do habitat por atividades humanas (como desmatamento, poluição e construção de fazendas), a captura acidental em redes de pesca e o impacto das embarcações motorizadas. 

Pensando na recuperação e preservação desses animais, o Santuário do Peixe-Boi Alagoas, uma área de conservação no Rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, foi criado em 2009 pela Associação Peixe-Boi. A área é à preservação do peixe-boi marinho e oferece passeios de jangada com condutores locais para que os visitantes possam observar os animais em seu habitat natural.