rombo na assembleia
Deputada usa desempregada para desviar recursos
Foi com a esperança de conseguir um emprego que uma beneficiária do Bolsa Família encaminhou os documentos pessoais ao gabinete da deputada estadual Thaise Guedes (PMDB).
Em vez de uma ocupação para ajudar no sustento da família, a mulher, que não teve o nome revelado, se deparou dentro de um esquema criminoso de desvios de verba da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE-AL).
Ela, na verdade, foi usada como fantasma para o surrupio dos cofres públicos. Segundo o superintendente da Polícia Federal, Bernardo Gonçalves, a “servidora” ganhou indevidamente 13 salários, que totalizaram R$ 140 mil. Um dinheiro que a vítima nunca chegou a gastar.
Na quarta-feira, 25, a PF indiciou a deputada peemedebista, que precisou ir à sede da corporação, no Jaraguá, para prestar depoimento. Thaise foi uma das investigadas da Operação Sururugate, deflagrada no dia 30 de março.
Junto à Controladoria Geral da União (CGU), agentes federais analisaram documentos, inclusive arquivos digitais, para comprovar o rombo de R$ 15 milhões, entre 2010 e 2013, dos cofres da Casa de Tavares Bastos.
Outros nove deputados estaduais e um ex-parlamentar também estão envolvidos no esquema. “Temos provas suficientes contra todos eles. Os indiciamentos começarão a ser realizados nas próximas semanas”, disse o superintendente da PF à reportagem do EXTRA.
Apenas no gabinete da deputada o
prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 220 mil. E dois servidores levaram R$
80 mil a mais do que os valores devidos pelo Legislativo. Thaise Guedes vai responder 25 vezes
pelo crime de peculato.
Outro lado
Em nota à imprensa, Thaise Guedes explicou que foi prestar esclarecimentos na Superintendência da Polícia Federal, espontaneamente, sem qualquer intimação. “Informo ainda, que tudo será devidamente esclarecido no decorrer da investigação”, disse.