Esquema Criminoso

Cristiano Matheus coordena uma rede de laranjas, diz PF

Grupo foi montado para desviar milhões de Marechal Deodoro
Por Valdete Calheiros - Repórter 05/12/2017 - 12:14

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Superintendente da PF e delegados durante coletiva. Foto: Valdete Calheiros
Superintendente da PF e delegados durante coletiva. Foto: Valdete Calheiros

A Polícia Federal (PF) concedeu, na manhã de hoje, uma entrevista coletiva à imprensa, onde forneceu detalhes da Operação Kali, um desdobramento da Operação Astaroth, deflagrada em julho deste ano, quando revelou um grande esquema de desvio de recursos públicos da prefeitura municipal de Marechal Deodoro, litoral Sul do Estado, ocorrido entre os anos de 2009 e 2016.

Nas primeiras horas da manhã, agentes da PF apreenderam cerca de R$ 360 mil em dinheiro, distribuídos nas moedas Real, Euro e Dólar. Foram exatos R$ 297 mil reais, $ 5 mil dólares e  € 14 mil euros.

O montante foi encontrado em um apartamento, localizado na Ponta Verde, onde mora uma empresária ligada a uma construtora que prestava serviços em Marechal Deodoro, durante a gestão do então prefeito Cristiano Matheus (PMDB). O dinheiro estava guardado em um cofre e segundo a PF, a própria empresária – que não teve o nome revelado pela superintendência – admitiu que usa o dinheiro em espécie porque já teve os bens bloqueados.

O dinheiro apreendido e outros valores, cuja PF está rastreando, é oriundo de verbas do PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar e do PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar. De acordo com os superintendente da PF, delegado Bernardo Gonçalves de Torres, o ex-prefeito é um "verdadeiro profissional do crime organizado", 

A empresária é ligada ao ex-prefeito até hoje. De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Alagoas, o ex-prefeito Cristiano Matheus coordena uma extensa e intrigada rede de laranjas que forma uma organização criminosa das “mais complicadas” que o órgão já investigou no Estado.

A Polícia Federal contou com a ajuda da Receita Federal e do Ministério Público Federal.

Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens e bloqueios de contas e veículos, expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas. A Justiça, no entanto, negou os pedidos de cinco prisões preventivas e outras nove de prisão temporárias.

A Operação Kali apreendeu ainda seis veículos, no valor superior a R$ 60 mil cada. Foram empregados 110 policiais federais nos municípios de Maceió, Marechal Deodoro, Pão de Açúcar e Nova Olinda, no Maranhão.  

A redação do EXTRA entrou em contato com o ex-prefeito, mas as ligações não foram atendidas. 


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