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Xangô Rezado Alto é celebrado na próxima quinta-feira
O violento episódio que resultou na invasão e destruição das casas de culto afro-brasileiras de Alagoas, em 1912, será relembrado na próxima quinta-feira (1º) durante a sétima edição do Xangô Rezado Alto. O evento terá início, a partir das 15 horas, na Praça Dom Pedro II e finalizado na Praça dos Martírios, no Centro, com a participação de 11 grupos de cultura afro-brasileira.
O coordenador de Políticas Culturais da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), Amaurício de Jesus, explica que as apresentações culturais acontecerão em diversos pontos. “Teremos um cortejo cultural partindo da Praça Dom Pedro II em direção à Praça dos Martírios e uma parte dos grupos culturais fará apresentações simultâneas sobre tablados montados ao longo do percurso”, disse.
“Após o percurso do cortejo, teremos apresentações de maracatus, afoxés, dança, teatro e outras manifestações da cultura popular em um palco montado na Praça dos Martírios. Será uma verdadeira celebração coletiva”, complementou Amaurício.
Ainda de acordo com o coordenador, a celebração do Xangô Rezado Alto coloca em discussão a intolerância religiosa. “A perseguição de 1912 foi um silenciamento do saber ancestral que essas casas de culto afro-brasileiras guardam e a celebração do Xangô Rezado Alto nos permite dar visibilidade às reivindicações dessas comunidades”, destacou.
O cortejo cultural do Xangô Rezado Alto contará com a participação dos grupos Afro Dendê, Maracatodos, Afojubá, Baianas do Ganga Zumba, Taieiras Alagoanas, Afro Zumbi, Afro Erê e Afro Afoxé.
Os grupos Afoxé Oba Agodô, Afoxé Oju Omin Omorewá, Afoxé Ofá Omin, Afoxé Odo Yá, Maracatu Raízes da Tradição e Afoxé Povo de Exu farão apresentações na Praça dos Martírios. As atrações foram selecionadas por meio de um edital lançado pelo Município no ano passado.
Quebra de Xangô
O episódio popularmente conhecido como Quebra de Xangô aconteceu no dia 1º de fevereiro de 1912 em casas de culto afro-brasileiras de Maceió e de outras cidades do interior de Alagoas. Paramentos e objetos de culto sagrados foram retirados dos templos religiosos, expostos e queimados em praça pública, intimidando as manifestações culturais de matriz africana.