DADOS DA UFAL
Rastro escuro de óleo apareceu antes da passagem de navio grego
Descoberta é do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites
Um rastro escuro de aproximadamente 85km foi descoberto pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Segundo os dados, a mancha surgiu antes do petroleiro Bouboulina passar pela região a 40 km ao norte de São Miguel do Gostoso (RN). A embarcação é apontada pelo governo brasileiro como principal suspeita pelo crime de despejar óleo cru no mar nordestino.
O rastro escuro de 85km apontado pelo cientista Humberto Batista, no entanto, aparece antes de o navio grego passar pela rota. A descoberta levou o pesquisador a buscar um outro suspeito para o derramamento de óleo no Nordeste.
De acordo com o Jornal o Globo, desde setembro, o grupo do Lapis está vasculhando bancos de dados de sensoriamento remoto atrás de sinais do derramamento.
Segundo Barbosa, a imagem já estava em suas mãos há duas semanas, mas o grupo não quis divulgá-la antes com medo de induzir a conclusões precipitadas.
Após a investigação da empresa HEX apontar o Bouboulina como culpado, porém, o cientista decidiu verificar o registro de transponder do sinal do navio grego pela região, e notou que ela não se encaixava na imagem de satélite que havia garimpado.
A Delta Tankers afirma que o Brasil investiga outras quatro embarcações da empresa pelo vazamento. Na tarde desta quarta-feira, em nota divulgada pela TV Globo, a Marinha negou a informação.
A imagem em questão foi feita por um sensor do satélite europeu Sentinel-1A. O dispositivo enxerga variações sutis de altitude, como as próprias ondas do mar, e propriedades elétricas dos líquidos, que distinguem, por exemplo, água salgada de óleo.
A mancha apareceu parcialmente numa imagem de 24 de julho, mas o Bouboulina só passou naquela área em 26 de julho.