EDITORIAL
E aqui?

O já sabidamente conhecido ciúme do presidente da República em relação a qualquer ministro que se sobressaia em seu governo agora recai sobre o ministro da Saúde, Luiz Mandetta – em pleno pré-pico da epidemia do Coronavírus no País - que vem tendo papel elogiável na condução da gestão da epidemia, e levou à transferência das entrevistas coletivas de prestação de contas de final do dia do prédio do Ministério da Saúde para o Palácio do Planalto. Onde ganhou o “auxílio luxuoso” de ministros-assistentes que lá vão só para fazer presença.
Acontece que na quarta-feira-feira, o mesmo Mandetta teve que comunicar que a compra havia sido sustada pelos chineses: os Estados Unidos entraram na parada e estão fazendo um “limpa” no mercado mundial, comprando tudo em termos de produtos e equipamentos para seu sistema de saúde. Pego de “calças curtas” pela imprevidência do presidente Trump que até uma semana atrás desdenhava do potencial destrutivo da epidemia. Lembra alguém?
Publicidade
Continua após a publicidade
Estamos nos aproximando do pico da epidemia e começam a pipocar País afora o que todos sabem: o SUS não tem como dar conta da demanda que vai acontecer nos próximos 30 a 45 dias. Pela simples razão de não ter pessoal suficiente e habilitado ao tipo de trabalho requerido pelos doentes abatidos pelo Coronavírus.
Não se pode deixar de registrar que todo o sistema de saúde pública brasileiro vem operando em tempos normais muito vezes acima da sua capacidade de atendimento, e ,ainda assim, com enormes dificuldades, já que falta praticamente de tudo, em termos de medicações, equipamentos e EPIs, de que tanto fala o ministro Mandetta.
Aliás, em sua fala – diplomática - de quarta à tarde, ele quase implora para que as pessoas tomem ainda mais consciência no que diz respeito aos cuidados preventivos, pois ele sabe (mas, como autoridade não vai explicitar) a situação de esqualidez absoluta do SUS e o que isso irá representar no pico da doença.
Nos Estados Unidos, a maior potência do mundo, o prefeito da cidade de New York, a meca do mercado mundial de consumo e financeiro, acaba de informar que o sistema de saúde local não vai dar conta de atender a população, dado o grande número de infectados. Pessoas vão morrer à míngua na principal cidade do mundo.
E aqui?