BAIRROS AFUNDANDO
Estudos entregues à Braskem preveem prazos para minas colapsarem
Processo de subsidência do solo que afeta a região está evoluindo
A Defesa Civil de Maceió divulgou nesta quarta-feira que os estudos apresentados recentemente por três instituições contratadas pela Braskem apontaram índice elevado de subsidência e projetaram prazos para colapsos das minas de exploração de sal-gema com impacto na superfície, caso nenhuma medida seja adotada para estabilização das mesmas.
O órgão municipal entregou ao Ministério Público Federal (MPF) uma atualização parcial do Mapa de Setorização de Danos e de Linhas de Ações Prioritárias recomendando a realocação de outros 1.706 imóveis, a maioria no bairro de Bebedouro.
Serão realocados, segundo o novo mapa, imóveis do Flexal de Baixo, localidade que não fazia parte do monitoramento, e da Encosta do Cardoso, ambos em Bebedouro. Estudo independente, realizado recentemente por especialista, revelou que 80% dos imóveis incluídos no novo mapa estão com a estrutura comprometida e devem ser desocupadas por questão de segurança.
De acordo com o geólogo Antonioni Guerreira, da Defesa Civil municipal, foram averiguados danos como fissuras, indicadores de que o processo de fraturamento que gera danos no solo está evoluindo.
O novo mapa foi formulado com base em relatórios apresentados pela empresa Braskem – que tratam sobre um panorama futuro para as área de exploração de sal-gema, e nos dados de monitoramento realizados pelos órgãos públicos na região afetada.
Parte da área com recomendação de realocação destacada na versão 3 do Mapa de Setorização de Danos havia sido sugerida pela Braskem, com base nos estudos apresentados por três instituições contratadas pela empresa. As Defesas Civis Municipal e Nacional, com o apoio técnico da CPRM, ajustaram o polígono e recomendam realocação de novas áreas com base nos estudos e nas evidências apresentadas também durante o monitoramento contínuo da área afetada, entre eles a atualização do Mapeamento de Feição – realizado em Bebedouro desde junho deste ano.
O novo mapa recomenda a realocação de 1.587 imóveis que estavam em área de criticidade 01 (área de monitoramento) na versão 2 do Mapa de Setorização de Danos (publicada em 16 de junho de 2020), mais a inclusão de área com 119 imóveis localizados em Bebedouro – que até então estavam fora do Mapa, totalizando 1.706 imóveis para realocação. Esta nova área em Bebedouro está sendo incluída no documento já com recomendação de realocação devido às evidências de alagamento e feições em decorrência da subsidência que afeta a região.
A Prefeitura de Maceió está solicitando a renovação do reconhecimento federal do Decreto de Calamidade Pública para solicitar recursos ao Governo Federal para que seja ofertada ajuda à população com recomendação de realocação.
O que está previsto é concessão de Ajuda Humanitária, uma vez que o Município renovou, no dia 24 de setembro deste ano, a Decreto de Calamidade Pública e continua necessitando de apoio financeiro, de pessoal técnico capacitado e, principalmente, da união de esforços para enfrentamento do problema que afeta mais de 40 mil pessoas, tendo em vista a necessidade de retirada imediata dos moradores devido ao processo evolutivo de subsidência.