RELATÓRIO
Letalidade policial em Maceió está entre as 50 maiores do Brasil
Estudo informa que 25 mortes foram provocadas por ação policial na capital no ano passado
Mesmo com a pandemia de covid-19 restringindo a movimentação de pessoas, nunca as forças policiais alagoanas mataram tanto quanto em 2020, segundo dados do Anuário de Segurança Pública, divulgados no começo da tarde desta quinta-feira, 15.
Os dados revelados na 15º edição do anuário revelaram que a capital de Alagoas, Maceió, consta agora entre as 50 cidades do Brasil que concentraram mais da metade de todas as mortes cometidas por policiais em 2020.
De acordo com o levantamento, foram 25 mortes provocadas por ação policial em todo o ano passado, um índice de 2,4 óbitos a casa 100 mil habitantes. A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) não comentou o assunto.
No ano passado foi registrado o maior número de pessoas mortas pela polícia de toda série histórica, iniciada em 2013. Se a comparação fora feita com aquele ano, o crescimento foi de 190%.
Em âmbito nacional, foram 6.416 mortos pelas Polícia Civil e Militar em todo o país, tanto por agentes de folga e em serviço. O número de mortos por agentes de segurança aumentou em 18 das 27 unidades da federação, revelando um espraiamento da violência policial em todas as regiões do país.
As 50 cidades, distribuídas em 16 estados (AC, AL, AM, AP, BA, CE, GO, MA, MT, PA, PI, PR, RJ, RN, SE e SP), responderam por 55% do resultado. As capitais de todos esses estados aparecem na relação.
O estado com o maior número absoluto de mortes continua sendo o Rio de Janeiro —foram 1.245 pessoas mortas pela polícia em 2020. Ao mesmo tempo, o Rio teve a maior redução no número absoluto de vítimas (569) em razão de decisão do STF que restringiu ações policiais na pandemia.
O Amapá tornou-se o estado com a polícia mais violenta do país em 2020: sozinhas, as forças de segurança do estado tiveram uma taxa de letalidade de 13 mortes a cada 100 mil habitantes.
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