educação

Alagoas ocupa o segundo lugar no ranking do analfabetismo, informa IBGE

Levantamento também mostra, porém, que taxa de analfabetismo nacional recuou de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022
Por Redação 08/06/2023 - 08:44

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Thiago Ataíde / Ascom Seduc
Crianças em sala de aula
Crianças em sala de aula

Cerca de 20% dos jovens brasileiros, totalizando 9,6 milhões de pessoas, estão fora do sistema educacional e do mercado de trabalho, formando o grupo conhecido como "nem-nem". Os alarmantes dados foram revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua: Educação 2022, divulgada pelo renomado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quarta-feira, 7. Alagoas ocupa a segunda posição dos estados com mais analfabetos. O estudo também revelou que aproximadamente 18,3% dos jovens entre 14 e 29 anos não concluíram o ensino médio, seja por abandono escolar ou por nunca terem tido a oportunidade de frequentar a escola.

A principal razão citada para essa situação preocupante é a necessidade de trabalhar, mencionada por 40,2% dos jovens entrevistados. Esse cenário reforça a urgência de políticas públicas que abordem a questão do emprego e da educação, buscando oferecer oportunidades para esses jovens em situação de vulnerabilidade.

Um aspecto positivo apontado pela pesquisa é a redução da taxa de analfabetismo no país, que passou de 6,1% em 2019, quando foi realizado o último levantamento, para 5,6% em 2022. No entanto, é importante ressaltar que o Nordeste ainda registra a taxa mais alta do país, atingindo 11,7%, enquanto o Sudeste apresenta a taxa mais baixa, com apenas 2,9%. Essa disparidade regional evidencia a persistência das desigualdades educacionais que afetam diferentes regiões do Brasil.

Dentre os 9,6 milhões de brasileiros que afirmaram não saber ler e escrever, 55,3% (5,3 milhões) residem no Nordeste, e 54,2% (5,2 milhões) têm 60 anos ou mais. Esses números destacam uma característica estrutural do analfabetismo: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Enquanto as gerações mais jovens têm acesso crescente à educação e são alfabetizadas desde a infância, um contingente significativo de pessoas idosas permanece analfabeto ao longo da vida adulta.

Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad, ressalta que embora o analfabetismo esteja em declínio, sua persistência entre os mais velhos é um desafio a ser enfrentado. Além disso, a pesquisa revela disparidades raciais, com 7,4% das pessoas pretas ou pardas com 15 anos ou mais sendo analfabetas, mais que o dobro da taxa registrada entre as pessoas brancas (3,4%). Entre aqueles com 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo entre brancos foi de 9,3%, enquanto entre pretos ou pardos chegou a alarmantes 23,3%.

No que diz respeito às taxas de analfabetismo por estados, o Piauí lidera com 14,8%, seguido por Alagoas com 14,4% e Paraíba com 13,6%. Por outro lado, as menores taxas foram encontradas no Distrito Federal (1,9%), Rio de Janeiro (2,1%), São Paulo e Santa Catarina (ambos com 2,2%). Esses números refletem a heterogeneidade educacional existente no país, apontando para a necessidade de ações específicas em cada região para combater o analfabetismo e promover a inclusão educacional.

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