CASO APARECIDA

Justiça cancela julgamento de PM após defesa abandonar plenário

Réu tem até 5 dias para constituir nova defesa e advogado será multado
Por Tamara Albuquerque com assessoria 13/07/2023 - 15:31
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Assessoria
Julgamento do policial militar Josevildo Valentim, acusado de ter estuprado e assassinado Aparecida Rodrigues Pereira
Julgamento do policial militar Josevildo Valentim, acusado de ter estuprado e assassinado Aparecida Rodrigues Pereira

A Justiça de Alagoas cancelou o julgamento do policial militar Josevildo Valentim dos Santos Júnior, acusado de ter estuprado e assassinado Aparecida Rodrigues Pereira, em 2019, e de tentar matar o namorado dela, Agnísio dos Santos Souto. A decisão foi tomada após o advogado de defesa do réu, Luiz Estevão Peres, ter abandonado o processo. O julgamento estava sendo conduzido pelo juiz Yulli Roter, no Fórum do Barro Duro, nesta quinta-feira.

Após o cancelamento, o réu tem até 5 dias para constituir nova defesa. Por enquanto, não há definição sobre a data do novo júri popular. Após sustentação do Ministério Público contra o réu, a defesa abandonou o plenário. O promotor posicionou-se e pugnou pela aplicação de multa, o que foi acatado pelo juiz que arbitrou multa de 20 salários mínimos para o advogado. Além disso, a conduta do advogado será encaminhada ao Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Caso

O crime ocorreu no dia 15 de outubro de 2019, numa mata localizada atrás da empresa Braskem, no bairro Pontal da Barra. Segundo os autos, Aparecida e Agnísio estavam na porta de casa, na Ponta Grossa, quando Josevildo, que trafegava pela região com seu veículo, se aproximou do casal e o rendeu utilizando uma arma de fogo.

O réu ordenou que as vítimas entrassem no carro. Agnísio foi colocado na mala do veículo, enquanto que Aparecida foi colocada no banco do passageiro. Josevildo dirigiu até o Pontal da Barra. Ao chegar no local, o acusado, com a arma de fogo em punho, ordenou que Aparecida saísse do veículo e iniciou os atos de abuso sexual contra ela.

Após o estupro, o réu abriu a mala do veículo e ordenou que Agnísio saísse. Josevildo disparou duas vezes contra Agnísio, tendo um dos tiros acertado a vítima na nuca, que passou a se fingir de morto. Em seguida, o réu disparou duas vezes contra Aparecida, que morreu no local.

Ainda de acordo com os autos, o réu, acreditando que as vítimas já estavam mortas, entrou no carro e foi embora. Na manhã do dia seguinte, Josevildo voltou ao local do crime para verificar se alguma das vítimas havia sobrevivido. Porém, uma ambulância já estava prestando socorro à vítima sobrevivente, e o réu foi embora.

A partir de uma ligação via disque-denúncia (181), a Polícia Civil chegou ao réu como suspeito dos crimes, que foi reconhecido por Agnísio. Durante as investigações, o par de sandálias utilizadas por Aparecida no dia do crime, além das armas de fogo, foram encontradas na residência do réu.

Ao ser interrogado, Josevildo confessou a prática do crime. A arma de fogo utilizada para praticar os delitos pertencia à corporação da Polícia Militar de Alagoas (PMAL), mas estava acautelada pelo réu, que era policial militar na época.



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