A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou, na semana passada, que enfrentará dificuldades para manter suas operações em pleno funcionamento ao longo de 2024, caso a atual situação orçamentária não seja revertida. Com um orçamento 4% menor do que o disponibilizado em 2023, a instituição revelou que os recursos discricionários destinados a este ano totalizam apenas R$ 105,2 milhões, de acordo com a Coordenadoria de Programação Orçamentária (CPO) da Pró-Reitoria de Gestão Institucional (Progisnt).

As Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) permanecem na expectativa por mudanças vindas do governo federal em relação às restrições orçamentárias, esperando uma reversão no cenário que ameaça comprometer suas atividades. No entanto, caso essa expectativa não se concretize, medidas precisarão ser tomadas.

Jarman Aderico, pró-reitor de Gestão Institucional, alertou que a situação atual pode levar à interrupção de serviços essenciais da Ufal, caso não haja uma recomposição orçamentária pelo menos equivalente às taxas inflacionárias. Ele destacou a possibilidade de recorrer ao Ministério Público Federal para lidar com essa crise iminente.

A discussão sobre essa possível ação legal deverá ser pautada nos próximos meses na Ufal, segundo Aderico, buscando uma transparência total na gestão dos recursos disponíveis. Luísa Oliveira, coordenadora da CPO, ressaltou que o orçamento da Ufal tem sido defasado em relação à inflação desde 2019, acumulando dívidas que podem levar a universidade a uma situação insustentável.

O total de despesas programadas, somadas às pendências de 2023, já ultrapassa o orçamento disponível em mais de R$ 17 milhões, de acordo com Oliveira. Jouber Lessa, coordenador da área de Planejamento da Proginst, enfatizou a importância de alinhar os planos de gestão da Ufal com seus recursos disponíveis para garantir o alcance das metas estabelecidas.