operação Maligno

Antiga Porsche de Daniel Alves é apreendida durante operação do MPE em AL

Operação foi realizada contra organização envolvida em peculato e fraude em licitações
Por Redação com MP-AL 16/05/2024 - 07:58

ACESSIBILIDADE

Assessoria
Operação do Ministério Público de Alagoas prende Orcrim
Operação do Ministério Público de Alagoas prende Orcrim

A operação Maligno, liderada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), resultou, nesta quinta-feira, 16, na prisão do líder de uma organização criminosa e mais quatro envolvidos em uma série de crimes, incluindo peculato, fraude em licitações e contratos, falsidade ideológica, desvio e lavagem de dinheiro público. O destaque da investigação recai sobre o líder, cujo poder econômico era evidenciado pela ostentação, como a aquisição de um Porsche pertencente ao lateral Daniel Alves, ex-jogador da Seleção Brasileira e do Barcelona, condenado por estupro.

Durante 14 meses de investigação, conduzida pela Promotoria de Justiça de Cajueiro, com o apoio do Núcleo de Gestão da Informação (NGI) do MPAL e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Pernambuco, foram desvendadas as atividades dessa organização criminosa especializada em fraudar concursos públicos e oferecer facilidades a gestores públicos em troca de propinas.

A investigação revelou contratos milionários firmados com 20 municípios alagoanos, movimentando cerca de R$ 243 milhões entre outubro de 2020 e março de 2023. Desse montante, aproximadamente R$ 46 milhões foram identificados como movimentações atípicas, direcionadas para contas pessoais dos criminosos ou para empresas utilizadas na lavagem de dinheiro público. Os contratos, estabelecidos através de licitações por "carona", foram suspensos após a solicitação do MPAL à 17ª Vara Criminal da Capital, em maio deste ano, como medida para conter prejuízos aos cofres públicos.

A operação Maligno resultou na prisão de cinco indivíduos, com mandados cumpridos em Maceió, Petrolina (PE) e Japaratinga (AL), além de oito mandados de busca e apreensão nas mesmas localidades. A Justiça também determinou o bloqueio e sequestro de bens dos acusados no valor de R$ 46 milhões. Durante as diligências, foram apreendidos R$ 649 mil em dinheiro, dados telemáticos e carros de luxo, incluindo o Porsche anteriormente pertencente a Daniel Alves, além do sequestro de um hotel fazenda na Bahia, propriedade de um dos investigados.

A organização criminosa, disfarçada de cooperativa de prestação de serviços, oferecia uma gama de serviços ligados à administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de vias públicas e contratação de profissionais para diversas funções. Tudo isso era parte de um esquema destinado ao desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito dos envolvidos.

A operação Maligno concentrou-se nos crimes de peculato, falsidade ideológica, fraudes em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e organização criminosa, contando com o apoio operacional das polícias militares de Alagoas e Pernambuco, bem como da Polícia Civil de Pernambuco.


Encontrou algum erro? Entre em contato