Prevenção
Pesquisa mostra queda no número de vacinação contra a paralisia infantil
Doença grave não é registrada no Basil há 35 anos, mas baixa adesão à vacina coloca país em riscoO Brasil comemorou esta semana, nesta quinta-feira, 24, o marco de 35 anos desde o último registro de poliomielite ou paralisia infantil, doença que deixa sequelas permanentes nas vítimas, mesmo quando acomete pessoas adultas. A estratégia adotada para eliminar o vírus foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP).
Porém, pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostra que pelo quinto ano consecutivo, o país segue abaixo da meta de imunização. O índice de imunização de 2023 contra a doença ficou 10% abaixo da meta de 95%, mas o pior resultado - na série histórica desde 2009 - ocorreu em 2021, no segundo ano do governo Bolsonaro, com cobertura de apenas 71%.
O estudo apresentou dados de pesquisa realizada entre maio e abril de 2024, que contou com a participação de 3.044 Municípios. Destes, 67%, correspondente a 2.045 Municípios, apontaram que o maior desafio para atingir as coberturas vacinais adequadas é devido à baixa conscientização da população sobre a importância da vacinação.
Entre os Municípios que apontaram falta de recursos financeiros para fazer a busca ativa dos faltosos, 90% dos respondentes são os Municípios de pequeno porte. A vacina contra a poliomielite é ofertada à população gratuitamente nas unidades de saúde em todo o país.
Gravidade da doença
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus - sorotipos 1, 2, 3 -, e que pode infectar crianças e adultos pelo contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas, podendo provocar ou não paralisia. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.
A pessoa infectada pelo vírus da poliomielite pode não ter sintomas, que variam de acordo com a gravidade da infecção. Entre os sintomas estão febre, dor de cabeça, na garganta e no corpo, além de vômitos, diarreias, espasmos e rigidez na nuca. Nas formas mais graves, a infecção atinge as células dos neurônios motores, o que pode resultar em flacidez no músculo.
A partir do próximo dia 4, o esquema vacinal contra a poliomielite passa a ser exclusiva com a vacina inativada poliomielite (VIP), com três doses aos 2, 4 e 6 meses e uma dose de reforço aos 15 meses. A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de eliminação mundial da pólio.