EM ALAGOAS
Comunidades com escassez de água vão receber sanitários por desidratação
Codevasf contrata 43 módulos para instalação no estado, que em 2024 recebeu 180 unidades
Municípios de Alagoas vão receber este ano mais 43 unidades de sanitários por desidratação. No ano passado, foram instalados no 180 unidades em comunidades rurais do estado. Os novos contratos estão em fase de execução pela Codevasf.
Os sanitários por desidratação são distribuídos em localidades com escassez de água e sem infraestrutura de saneamento. Os módulos sanitários são duráveis e fáceis de implantar. Mais de 700 mil casas no semiárido brasileiro não têm banheiro, afirma o diretor-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira. “Os módulos protegem o meio ambiente e a saúde das famílias, e permitem que a água seja usada em atividades essenciais”, acrescenta.
Desde 2023, a Codevasf instalou 1.923 módulos em comunidades rurais nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Neste ano, novos contratos estão em fase de execução para instalação de outros 331 módulos sanitários. Os investimentos somam R$ 29,8 milhões.
A ação da Codevasf contempla mobilização social, capacitação das famílias e monitoramento para garantir uso correto e maior aceitação por parte dos beneficiários, além do fornecimento e da instalação dos módulos sanitários. “Antes, eu fazia as necessidades era nos matos. O banheiro quando chegou, primeiramente, eu não sabia de nada. Mas agora já sei fazer um pouquinho nele. Eu não sabia nem ligar a luz. Eu não ligo mesmo, ela se liga quando entro e, quando saio, ela desliga”, conta o agricultor familiar Cícero da Silva, que também mora em Pesqueira, a 213 quilômetros de Recife. A iluminação interna do módulo é acionada por sensor e faz uso de energia solar.
Cada módulo é composto por cabine em polietileno, que proporciona conforto térmico aos usuários. Abaixo do vaso sanitário, os dejetos são depositados em compartimento fechado, exposto a radiação solar e ventilação, o que permite a desidratação gradual dos resíduos. Depois de 2 a 3 meses de uso, o material seco pode ser descartado no solo de forma segura e higiênica.
O descarte é simples e pode ser feito pelo próprio usuário. Basta retirar os baldes da unidade e depositar o material em cova rasa e cobri-lo com terra. O tratamento da urina é feito por infiltração no solo.