Mais da metade dos desaparecidos em Alagoas são jovens de até 24 anos, segundo dados atualizados na sexta-feira, 2, pelo Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos (Sinalid). Do total de 1.877 registros no estado, 50,53% são de pessoas entre 0 e 24 anos, grupo que reúne as faixas etárias de 0 a 11 anos (2,83%), 12 a 17 anos (31,21%) e 18 a 24 anos (16,49%).

Oos casos recentes de desaparecimentos de jovens em Alagoas que ganharam repercurssão na mídia chamam a atenção para este cenário.

Em abril, as amigas Vitória Stefani da Silva e Micaela da Silva Araújo Cavalcante desapareceram juntas e foram encontradas mortas em dias diferentes. Os corpos foram localizados em áreas distintas da Barra de São Miguel e de São Miguel dos Campos, com marcas de violência. O principal suspeito, o namorado de Micaela, foi preso preventivamente.

Nesta sexta-feira, 2, também foi localizado o corpo de João Paulo Ferreira da Silva, de 21 anos, que estava desaparecido desde o dia 12 de abril. Ele foi encontrado durante operação da Polícia Civil na Ilha do Meio, em Marechal Deodoro. O corpo estava em estado avançado de decomposição. A ação contou com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e do Batalhão de Polícia Ambiental.

Além desses casos, a Polícia Civil de Alagoas investiga o desaparecimento de outros três jovens:

- Ana Beatriz de Moura, 15 anos: desapareceu no dia 8 de abril, após sair do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), em Maceió. Teria ido de mototáxi ao bairro da Garça Torta para encontrar um homem com quem mantinha um relacionamento. Ele está preso preventivamente. A polícia encontrou uma peça de roupa da adolescente no local e formou uma comissão especial com cinco delegados para investigar o caso.

- Felipe da Silva Albino, 17 anos: conhecido como "Carioca", está desaparecido desde o ano passado. Foi visto pela última vez em Guaxuma, bairro do litoral de Maceió. As buscas foram retomadas recentemente, mas não houve avanço.

- Guilherme Santos, 21 anos: desapareceu em 2 de fevereiro, após sair para uma festa em São Miguel dos Milagres. No dia seguinte, foi visto cortando o cabelo, mas não voltou para casa. A investigação segue em andamento.

O delegado Ronilson Medeiros, do Setor de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, explicou que os casos não têm relação entre si. Ele reforçou a importância de registrar boletim de ocorrência imediatamente após o desaparecimento, sem aguardar 24 horas. “Hoje nós temos mais visibilidade sobre o número de desaparecidos, o que antes era invisível”, destacou.

Qualquer informação sobre o paradeiro de desparecidos deve repassada às autoridades por meio do Disque-Denúncia no número 181. A ligação é gratuita e sigilosa.