saúde
Genéricos completam 26 anos com farmacêuticos no combate ao preconceito
Medicamentos acessíveis transformaram a saúde pública, mas ainda enfrentam resistência
Criados oficialmente com a promulgação da Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, os medicamentos genéricos completam 26 anos de existência no Brasil em 2025. A legislação autorizou a comercialização, por qualquer laboratório, de remédios cujas patentes já haviam expirado — uma medida que ampliou o acesso a tratamentos de qualidade com preços mais baixos e revolucionou a política de medicamentos no país.
Atualmente, segundo dados da Anvisa, o Brasil conta com 3.894 genéricos registrados, cobrindo mais de 800 alternativas terapêuticas. O crescimento é reflexo de uma indústria farmacêutica consolidada, mas também da atuação de profissionais como os farmacêuticos, que vêm desempenhando papel fundamental na conscientização da população sobre a eficácia e segurança desses medicamentos.

No Dia Nacional do Medicamento Genérico, celebrado em 20 de maio, o vice-presidente do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF-AL), Robert Nicácio, destacou que o genérico foi um marco na democratização da saúde pública. “O preço pode ser no mínimo 35% menor que o do medicamento de referência, e em alguns casos, a diferença chega a 90%. Isso torna o tratamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes mais acessível à população”, afirmou.
Apesar dos avanços, Robert reconhece que ainda há resistência por parte de alguns profissionais de saúde. “Infelizmente, uma minoria ainda questiona a eficácia dos genéricos. É papel do farmacêutico combater esse preconceito com informação e orientação qualificada. Os genéricos passam por rigorosos testes de equivalência e biodisponibilidade aprovados pela Anvisa, o que assegura sua segurança e eficácia”, ressaltou.
Hoje, os genéricos atendem a 97% das classes terapêuticas e já correspondem a 33% dos medicamentos consumidos no país. Uma aceitação que chega a 80% da população, resultado direto da experiência positiva dos usuários que se tratam e se curam com esses produtos. Mais do que uma conquista regulatória, os 26 anos de genéricos simbolizam uma mudança cultural — um avanço que só se sustenta com a atuação incansável de profissionais comprometidos com a saúde coletiva.