INVESTIGAÇÃO
Caso Abin: rastreamento ilegal de celulares incluiu 'cerco ao STF'
Polícia Federal fez buscas e prendeu dois suspeitos nesta sexta
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira, 20, uma operação que faz parte da investigação do esquema de rastreamento ilegal de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dois servidores foram presos e US$ 150 mil foram apreendidos nas casas de investigados. A apuração aponta que o esquema foi usado de forma "sistemática" durante o período das eleições municipais em 2020, além de um "cerco ao STF".
Existem também denúncias e suspeitas sendo apuradas em outras investigações sobre o uso desse mesmo sistema de rastreamento - por outras pessoas de fora da Abin - também nas eleições de 2022. A partir das apreensões, a PF deve aprofundar as investigações e abrir uma nova frente de apuração para entender se o Exército estaria ou não usando o sistema ilegalmente, por quais motivos e por quanto tempo.
Em nota, a Abin informou que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente, e que colaborou com as investigações desde o início.
Veja a íntegra da nota da Abin sobre a investigação: Publicidade
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) informa que, em 23 de fevereiro de 2023, a Corregedoria-Geral da ABIN concluiu Correição Extraordinária para verificar a regularidade do uso de sistema de geolocalização adquirido pelo órgão em dezembro de 2018.
A partir das conclusões dessa correição, foi instaurada sindicância investigativa em 21 de março de 2023. Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal.
Todas as requisições da Policia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações.
A ABIN vem cumprindo as decisões judiciais, incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20). Foram afastados cautelarmente os servidores investigados.
A Agência reitera que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021. A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito.