POLÍTICA
Ministro fala sobre terrorismo e diz que conduta não deve ser minimizada
Flávio Dino entende que não se deve normalizar a cultura de ódio implantada por extremistasO Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, considerou gravíssimo o ato terrorista praticado nesta quarta-feira, 13, em Brasília, quando um homem-bomba causou explosões na Esplanada dos Ministérios. Em entrevista à TV Cidadã, o ministro disse lamentar, pelo ponto de vista pessoal, a atitude de Francisco Wanderley Luiz, que atirou fogos de artifícios contra si e morreu na hora. Flávio Dino se solidarizou com a família do terrorista, mas afirmou que esse tipo de conduta não deve ser minimizada.
Por volta das 19h30 de quarta-feira, duas fortes explosões foram ouvidas na região da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Conhecido como Tio França, o ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em Santa Catarina foi o responsável pelas explosões. Segundo as informações preliminares, Francisco Wanderley tinha passagem pela polícia e foi preso em dezembro de 2012. Ele era proprietário do veículo encontrado na cena do crime e que também explodiu com uma carga de fogos de artifícios e artefatos explosivos.
A entrevista aconteceu durante o IX Encontro Nacional dos Tribunais de Contas, que recebeu Flávio Dino como palestrante da última conferência do evento, com o tema “Tribunais de Contas: Essencialidade na República - Papel na Sociedade Contemporânea”.
-
Explosões no STF: Áudio de ex-mulher é muito categórico ao falar de ministro Moraes, diz Passos
-
Imprensa internacional repercute explosões perto do STF e cita cúpula do G20 no Brasil
-
ATAQUE
Quem era Tio França, dono do carro que explodiu no STF
-
atentado no stf
Explosão em anexo da Câmara leva Lira a suspender atividades por segurança
Flávio Dino, lembrou que na atualidade há uma tendência de normalizar o "absurdo, sobretudo o ódio pessoal" a quem pensa diferente. "Pensar diferente é normal, necessário e positivo e não deve se confundir o debate com quem pensa diferente e querer exterminar quem pensa diferente. isso não é democrático e são esses paradigmas que, infelizmente, fazem com que pessoas pratiquem atos desatinados e criminosos. Precisamos levar isso à sério", disse o ministro numa referência clara ao discurso de ódio que a extrema direita tem cultivado no Brasil e alguns países.
O ministro também disse que a ação terrorista serve, mais uma vez, de alerta não só para o sistema de segurança como para a sociedade, que deve se esforçar para debater uma cultura democrática que não esteja suscetível a essas condutas de ódio.
Além do veículo que explodiu, a Polícia Federal (PF) encontrou um trailer na Esplanada dos Ministérios que está ligado ao homem-bomba e foi levado para uma área segura para ser aberto.