NORDESTE
Comitê Científico afirma que eleições em Alagoas disseminaram a covid-19
Documento orienta governadores a colocar em prática medidas mais duras
Na semana em que o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) afirmou que as aulas presenciais na rede pública e privada devem retornar no dia 21 de janeiro, um boletim sobre o comportamento do novo coronavírus (Covid-19) finalizado no dia 18 e divulgado nesta terça-feira, 22, pelo Comitê Científico da região Nordeste afirma que as eleições municipais realizadas em Alagoas e nos demais estados da região catalisaram a disseminação do vírus.
"Certamente, caso não tivesse ocorrido o período eleitoral, este decaimento teria continuado e muito provavelmente a situação seria hoje bem mais confortável, com tendência de redução do número de casos e óbitos", diz trecho do boletim.
Entre as medidas de prevenção para evitar algo ainda maior, o comitê orienta que os governadores dos estados nordestinos coloquem em prática medidas mais duras para evitar a disseminação e um possível descontrole do vírus.
Segundo o estudo, essas ações são necessárias “dada a possibilidade concreta que, devido a uma série de fatores, a segunda onda de COVID-19 seja muito mais grave do que a primeira em todo o Brasil e na região Nordeste”.relacionadas_esquerda
O documento ressalta ainda que os estado de Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Maranhão possuem o número de óbitos em um nível estável e que a situação na ocupação de leitos é preocupante devido ao avanço na ocupação.
“A situação atual de ocupação de leitos nos Estados em 12 de dezembro era a seguinte: Alagoas (53%); Bahia (leitos clínicos 55%, UTIs 77%); Maranhão (54%); Paraíba (59% Campina Grande e 93% no interior); Pernambuco (89%); Piauí (58%); Rio Grande do Norte (80%) e Sergipe (65%). Em alguns Estados, cirurgias não emergenciais estão sendo suspensas. Observa-se que em todos os Estados o grau de ocupação de leitos para Covid-19 varia entre 53% a 89%, o que é extremamente preocupante no caso de intensificação da pandemia”, explica.
O Comitê destaca que a segunda onda da epidemia da Covid-19 já se instalou em todo Brasil, bem como nos estados da região Nordeste, a exemplo do que ocorre em muitos outros países mundo afora.
“Diante deste quadro, o Comitê Científico de Combate ao Coronavírus Nordeste recomenda aos 9 governadores que compõe o Consócio Nordeste, bem como a todos os governos municipais, que tomem medidas urgentes para frear o crescimento da epidemia na região”, salienta a análise dos pesquisadores.
Dentre as medidas de combate à doença o Comitê sugere as seguintes:
1) Vacinas e estratégias de vacinação;
2) Medidas de distanciamento social;
3)Renovação das medidas de proteção às equipes de saúdes, testagem e rastreamento de casos e reabertura de leitos e hospitais de campanha;
4) Monitora Covid-19, telemedicina e brigadas emergenciais de saúde;
5) Medidas para dificultar a importação do vírus.
Risco epidêmico alto
Ainda segundo o Comitê, o risco epidêmico que estava estável ou baixando em alguns Estados voltou a ser alto em todo Nordeste. “O que era de se esperar pela possibilidade de aumento no número de infectados que são potenciais transmissores do vírus”, salienta o estudo.
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