ANÁLISE
JHC reeleito. E agora? Analistas opinam sobre o futuro político do prefeito
Será que JHC abandonaria a Prefeitura de Maceió para tentar ser governador?Reeleito no primeiro turno, o prefeito de Maceió, JHC, já estaria planejando os próximos passos para 2026, com vistas a cargos de maior expressão, como o governo do Estado ou o Senado. Segundo analistas políticos consultados pelo EXTRA, a movimentação do gestor, conhecido por sua ligação com o bolsonarismo, indica uma possível candidatura nas próximas eleições estaduais. Embora nada esteja confirmado, a possibilidade de JHC alçar voos mais altos já é tema de discussão entre especialistas no cenário político alagoano.
Adeilson Bezerra - advogado
Pelas características políticas dele, acredito que JHC permanecerá na prefeitura. Lembre-se de que nenhum prefeito de Maceió perdeu a reeleição. Já para governador, haverá embate, e acredito que Renan Filho está mais preparado. Ele foi governador duas vezes e terá o apoio da maioria absoluta dos prefeitos. Por isso, acho que JHC ficará até o fim do mandato. Ser reeleito com grande votação em Maceió não significa muita coisa para uma eleição de governador. Renan Calheiros acumula 10 derrotas em Maceió com fracasso de Rafael Brito Eleições 2024: mandato de dois anos e o que esperar do futuro de JHC "Trabalho continua na Câmara", diz Rafael Brito após derrota em Maceió JHC é reeleito com 157,4 mil votos a mais que nas eleições de 2020
Análise
POLÍTICA
ELEIÇÕES 2024
Eleições em Maceió
Berg Morais - jornalista
Eu acredito que JHC será candidato ao governo porque ele é um prefeito que está tendo uma grande aprovação. Percebi que, nos últimos dias de campanha, ele começou a visitar vários municípios do estado, declarando apoio a alguns candidatos do PL e até àqueles que não são do partido que ele preside aqui em Alagoas. Portanto, acho que as ações que JHC tem realizado em apoio a vários candidatos do interior já mostram que ele está de olho em 2026. Além disso, o fato de o vice do JHC, Rodrigo Cunha, já demonstra que ele pretende deixar uma pessoa de sua confiança no cargo. Arthur Lira chegou a tentar emplacar o vice, mas JHC preferiu indicar o nome em quem confia, que é Rodrigo Cunha, mostrando que tem pretensões para 2026. Creio que seja para o governo. JHC já foi testado nas urnas como deputado federal e, agora, como prefeito, mostra que se identifica bastante com o perfil executivo.
Fernando Araújo - editor-chefe do EXTRA
JHC sai dessa eleição consideravelmente fortalecido, com uma gestão aprovada e o respaldo popular, o que lhe confere credenciais sólidas para disputar cargos de maior expressão, como o Governo do Estado ou o Senado.
Gabriel Mousinho - colunista do EXTRA
A previsível reeleição já em primeiro turno de JHC certamente carimba voos mais altos para o prefeito de Maceió, como, por exemplo, uma candidatura ao governo do estado em 2026. Tudo isso, entretanto, passa pela continuidade da aliança com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e sua provável candidatura ao Senado da República para disputar uma das duas vagas. Tudo isso, todavia, passará por uma profunda avaliação se o senador e ministro dos Transportes, Renan Filho, decidir também disputar o governo para obstaculizar o projeto político de JHC. Como se vê, há uma longa estrada ainda a ser percorrida, mas o projeto é esse.
Marcelo Bastos - analista político
Em 2026, o nome mais forte do lado governista para a disputa é Renan Filho, que saiu do governo bem avaliado. Já JHC está em seu auge político, e uma disputa pelo governo estadual pode se tornar um clássico entre ele e Renan Filho. Se Renan Filho concorrer e perder, ele mantém seu cargo de senador, com mais quatro anos no Senado. Já JHC, por outro lado, teria de renunciar à prefeitura, deixando o cargo para Rodrigo Cunha. Se perder a disputa pelo governo, JHC ficaria literalmente sem mandato. Por isso, dizem que ele está avaliando se vale a pena correr o risco de enfrentar Renan Filho. Outra possibilidade considerada é a candidatura ao Senado, que terá duas vagas em jogo.
Odilon Rios - jornalista
O cenário sempre muda, e, daqui a dois anos, muita coisa estará em jogo. Levando em conta a situação atual, o caminho mais difícil é o Governo. Se permanecer na Prefeitura, terá de lidar com dois anos de ostracismo até se candidatar a algum cargo. E dois anos é bastante tempo para quem vem construindo uma carreira política com passagem pelo Legislativo e Executivo. Se optar pelo Senado, terá de apoiar Arthur Lira para uma das vagas. E é bem difícil que Renan e Arthur aceitem o surgimento de uma terceira liderança com capacidade de tirar um deles (ou ambos) do jogo. Mesmo assim, creio que ele disputará o Senado.